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tratamento de efluentes
2007-08-20

Tipo de trabalho: Dissertação de Mestrado

Insituição: Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas (Feagri/Unicamp-SP)

Ano: 2007

Autora:  Josânia Abreu Gondim 

Resumo:

Os plásticos fazem parte dos resíduos sólidos urbanos, que devido ao grande volume gerado, tem causado entre outros fatores, impactos ambientais e redução da vida útil dos aterros. Uma das propostas básicas apresentada pela Agenda 21 para gerenciamento dos resíduos sólidos, é a reciclagem dos materiais, que apresenta importantes benefícios, como redução dos impactos ambientais, aumento de matéria-prima de fontes não renováveis, aumento da vida útil dos aterros e ganhos econômicos. O Brasil é o terceiro maior reciclador mundial de plásticos que ocorre principalmente através do processo mecânico. Uma das etapas neste processo é a lavagem dos plásticos produzindo efluente. Pouca literatura tem sido encontrada sobre sistemas de tratamento deste tipo de efluente. Os dados obtidos destinaram-se, principalmente, à prática da reciclagem dos plásticos dentro de uma tecnologia sustentável. O presente experimento, em escala real, caracterizou efluente de uma indústria recicladora dos plásticos PEBD, PEAD e PP, no município de Sumaré/SP, implantou sistema de tratamento através de reator anaeróbio compartimentado (RAC) e leitos cultivados (LCFSS), monitorou e operou o sistema durante, respectivamente, 8 e 6 meses. O sistema escolhido fundamentou-se na eficiência, viabilidade econômica, atendimento à realidade da empresa e aproveitamento de estruturas de tratamento já existentes. O volume de água consumido por kg de plástico lavado é em média 0,66 L, o que produz um volume diário de 10 m3 de efluente/dia. A vazão de aplicação no sistema foi de 1,25 m3/h. A empresa reciclava em média 300 ton. de plásticos por mês, produzindo 200 m3 de efluente. O sistema ocupou a área de 305 m2, era composto por 8 estruturas em alvenaria, num total de 175 m2 de área construída e foi monitorado durante 245 dias. A vegetação utilizada no leito cultivado foi taboa (Typha domingensis P). O TDH total do sistema foi de 32,64 h, onde no RAC foi de 15 h e no leito cultivado de 12 h. Foram analisados 31 parâmetros. O efluente apresentava valores médios de pH 5,5, inferior a chorume, de nitrato acima da concentração típica dos esgotos domésticos e de fósforo dentro da faixa destes. Os pontos de coleta foram: na entrada do sistema, entrada do RAC, entrada do leito cultivado, lançamento. As remoções médias do sistema foram as seguintes: ST 93,1%, STF 74%, STV 94,9%, SST 97,1%, SSF 97,3%, SSV 96,7%, STD 90,2%, SDF 46%, SDV 88,3%, SS 100%, DQO 48,3%, turbidez 80,8%, amônia NH3 52,1%, nitrato NO3 47%, fósforo P 53,3%, fosfato PO4 55,3%, ortofosfato P2O5 55%, Coliformes Totais 96,4%, Coliformes Fecais 94,7%, metais pesados cádmio 72,3%, chumbo 92,2%, cobre 82%, cromo total 82,7%, zinco 74,1%. Os valores de lançamento foram dentro dos limites da CONAMA 357/05 e ou NBR 9800/87 e Decreto 8.468/76 para efluente lançado em coletor público de esgoto. Os valores médios da turbidez e dos SST no lançamento indicaram ser possível a recirculação do efluente tratado, para uso na lavagem dos plásticos, reduzindo o consumo de água. Cerca de 0,5 ton. de resíduos plásticos ao mês eram retirados do efluente e poderiam retornar para a produção após secagem. Valores maiores de remoções poderiam ser alcançados, em especial de fósforo e nitrogênio, caso todos leitos cultivados fossem operados e alcançassem maturidade. Mesmo assim, o sistema implantado mostrou ser eficiente no tratamento de efluente de lavagem de plásticos.  


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