A política de irrigação do governo Yeda Crusius avançou pouco nos campos gaúchos. Da meta de 9 mil agricultores capacitados até o final do mês, somente 2,5 mil estarão treinados em técnicas de irrigação e construção de microaçudes. Contudo, o titular da Secretaria Extraordinária de Irrigação e Recursos Múltiplos da Água, Rogerio Ortiz Porto, está otimista e estima que, até 30 de setembro, será atingida a meta.
Conforme Porto, o atraso ocorreu porque o ritmo de capacitação dos técnicos multiplicadores exigiu mais tempo do que o planejado. A boa notícia é que a projeção de treinar 300 técnicos da Emater - que atuarão como multiplicadores - já foi superada. Mais de 450 técnicos já foram submetidos aos treinamentos. No entanto, deveriam ter sido qualificados 150 funcionários de outras entidades, mas o número não chega a 80.
Porto projeta mudanças no programa. Neste ano, a data de realização impôs que os treinamentos fossem apenas teóricos mas, para 2008, será feita uma adequação. 'Os cursos só podem ser práticos se forem feitos na época em que se irriga, por isso, a partir do ano que vem, terminarão em março', explica o secretário. Serão conveniadas áreas demonstrativas, em parceria com as escolas agrícolas, Emater, entidades de pesquisa e propriedades particulares.
Com a ampliação do projeto de irrigação, que abrange usos múltiplos da água, a secretaria passou a tratar do abastecimento humano e animal. Se for criada uma linha de crédito do governo federal para a compra de cisternas, a meta é instalar 10 mil por ano. Caso contrário, a previsão é de 2 mil. Para 2007, o número não deverá ser alcançado. Poderão ser construídos anualmente 3 mil microaçudes, informa Porto. No entanto, acrescenta o secretário, a demanda para este ano não ultrapassa os 1,2 mil.
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Correio do Povo, 19/08/2007)