Apesar da votação folgada, não foi tranquila a aprovação do milho transgênico Guardian pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Manifestantes da Via Campesina protestaram contra a votação, dentro do auditório do Ministério da Ciência e Tecnologia, onde ocorreu a votação. Um grupo de cinco membros da Comissão, retirou-se em protesto contra a votação.
Com isso, o resultado final foi 15 votos a um. O único crítico da liberação que permaneceu em plenário para a votação foi o representante do Ministério de Meio Ambiente, Rubens Nodari. "A comercialização desse produto é um grande desrespeito a sociedade brasileira”, criticou. Segundo ele, não há nenhuma fundamentação científica que garanta a segurança do meio ambiente diante da nova variedade de milho.
“O argumento de que esse milho está plantado há dez anos e nada aconteceu, não tem sustentação científica. Estamos diante de incertezas. A nossa Lei de Biossegurança diz que temos que observar o princípio da precaução, e a precaução diz que a incerteza não pode ser a razão para não se tomar medidas para evitar possíveis danos”.
Já o presidente da comissão, Walter Colli, considera “pareceres da literatura internacional, que mostram experimentos feitos com transgênicos”. A CTNBio ainda tem protocolado o pedido de liberação comercial para nove organismos geneticamente modificados (OGMs). Desses pedidos, cinco tratam de variedades de milho; três, de algodão; e um, de arroz.
(Por José Carlos Mattedi, Agência Brasil, 16/08/2007)