O presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, já havia manifestado que a compra da Petroquímica Triunfo poderia ser um novo passo no processo de consolidação do setor petroquímico no Sul depois da negociação da Ipiranga. Agora, outro dirigente adota essa idéia: o presidente da própria Petroquímica Triunfo, Cezar Augusto Mansoldo.
"Eu luto para que isso aconteça (incorporação na Braskem) porque a empresa não pode ficar isolada no pólo", afirma Mansoldo. No entanto o executivo destaca que esse assunto é algo que será tratado pelos acionistas da companhia (Petrobras e Petroplastic). Com a venda da Ipiranga, a Braskem (tendo como sócia minoritária a Petrobras) assumiu o controle da Companhia Petroquímica do Sul (Copesul) e das unidades produtoras de resinas da Ipiranga Petroquímica (IPQ). Segundo Mansoldo, agregar a Petroquímica Triunfo aos ativos compartilhados hoje por Braskem e Petrobras daria uma melhor condição de escala para a empresa competir no mercado.
O dirigente avalia que a Petroquímica Triunfo não foi envolvida inicialmente na nova formulação do pólo petroquímico gaúcho, porque esse tipo de assunto se processa "passo a passo". Mansoldo lembra que a questão da venda da Ipiranga ainda está sendo avaliada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas em um "próximo movimento", a possível incorporação da Petroquímica Triunfo deve ser apreciada. Mas a eventual negociação envolvendo a Petroquímica Triunfo não deve ser um assunto pacífico pois o dono da Petroplastic, Boris Gorentzvaig, criticou a concentração do setor petroquímico ocorrida com a transação da Ipiranga, da qual a Petrobras participou.
Um dos problemas enfrentados pela Petroquímica Triunfo é que sua capacidade de produção de resinas (160 mil toneladas de polietileno ao ano) está limitada porque não há disponibilidade de mais matéria-prima para expandir. A fornecedora da companhia é a Copesul. Se houver disponibilidade de matéria-prima, a Petroquímica Triunfo estuda o aumento da produção de resinas em mais 300 mil toneladas. Uma ação como essa demandaria um investimento de cerca de US$ 350 milhões.
Mansoldo acredita que há a possibilidade de se ampliar a produção de matérias-primas (principalmente o eteno) no Sul, mas antes disso será necessário que os investidores façam uma análise sobre as condições do mercado. O executivo ressalta que no Brasil o consumo de plástico atualmente encontra-se em cerca de 20 quilos ao ano por habitante e nos Estados Unidos o volume aumenta para 100 quilos. "Há um mercado enorme para crescer desde que se distribua renda", diz Mansoldo. O presidente da Petroquímica Triunfo palestrou ontem na Amcham-Porto Alegre (Câmara Americana de Comércio) sobre a importância de uma empresa estar estruturada quanto à tecnologia da informação para competir no mercado.
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JC-RS, 16/08/2007)