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biocombustíveis
2007-08-16
O mundo terá de se acostumar com preços mais altos dos alimentos nos próximos anos e parte da culpa seria da decisão nos Estados Unidos de converter milho em etanol. O alerta é da Nestlé, maior empresa de alimentos do mundo, e que na última terça-feira, 14, anunciou seus resultados financeiros para o primeiro semestre de 2007, atingindo vendas de US$ 42 bilhões.
 
Em apenas seis meses, a gigante suíça vendeu mais que toda a exportação agrícola do Brasil no período, que chegou a US$ 32 bilhões.

O resultado da Nestlé foi tão positivo que acabou limitando as perdas das bolsas européias na quarta, em mais um dia de turbulência nos mercados. As ações do grupo suíço apresentaram altas de 9,5% em apenas um dia.

Segundo a empresa, porém, a elevação nos preços das commodities deverá atingir o desempenho da multinacional no segundo semestre, quando os valores dos principais ingredientes dos produtos vendidos pela Nestlé começarão a ser calculados na fabricação dos alimentos. Leite, cacau, café, milho e açúcar são alguns dos principais itens nos produtos da Nestlé que, nos últimos meses, vem sofrendo uma alta no mercado internacional.

Para a Nestlé, a boa notícia é que, no final de 2007 e 2008, o aumento dos preços das commodities não será tão pronunciado como nos últimos meses. O problema é que permanecerão em um nível acima do que existe hoje.

"Nossa avaliação é que os preços de commodities vão se estabilizar entre esse ano e o próximo, mas em um patamar mais elevado", explicou François-Xavier Perroud, diretor de comunicações do grupo.

Diante desse cenário, a Nestlé acredita que não ficará isenta das conseqüências dessa alta e os custos de produção podem acabar aumentando. "Na segunda metade do ano, esses altos preços devem reduzir um pouco nosso volume de crescimento", afirmou a empresa em um comunicado.

No primeiro semestre, parte da resposta da Nestlé para compensar a alta das commodities foi promover um aumento nos preços de seus produtos de, em média, 2,2%. Em alguns casos, a modificação de preços chegou a 5%, como nos produtos com elevado conteúdo de leite.

Em menos de um ano, o preço internacional do leite dobrou. Além de elevar seus próprios preços, outra estratégia da multinacional é a de promover maior eficiência e se concentrar em produtos de alto valor agregado.

Para os executivos do grupo, a pressão inflacionária deve continuar em 2008. "Uma série de fatores está gerando essa alta das commodities. Há uma maior demanda por alimentos no mundo, falta de fornecimento de alguns países e um volume cada vez maior de terra usada para o milho que é destinado ao etanol", explicou Perroud.

Segundo a empresa, enquanto nos Estados Unidos essa prática for mantida na questão do milho, dificilmente os preços dos produtos agrícolas vão cair. Para a gigante do setor de alimentos, Washington precisa reavaliar a sustentabilidade do modelo. A Nestlé, porém, faz questão de deixar claro que problema não é cana-de-açúcar no Brasil para a produção do etanol que está gerando a tendência inflacionária.


Resultados

Por enquanto, porém, a estratégia da Nestlé para driblar os custos de produção parecem estar dando resultados. Para o primeiro semestre do ano, a alta de vendas foi de 8,4%, com US$ 3,2 bilhões a mais que no ano passado. O crescimento real da empresa chegou a 5,3% e o lucro líquido foi de US$ 4 bilhões, 18,4% a mais que em 2006.

Segundo o grupo, as vendas da empresa no Brasil também tiveram um "ótimo resultado", embora os números não tenham sido divulgados. No setor de chocolates, a alta de vendas no País foi de mais de 10%, contra uma média mundial de 4,6%. Ásia, Venezuela e Oriente Médio tiveram resultados similares aos do Brasil no setor de chocolates.

Para a região das Américas, as vendas no primeiro semestre tiveram uma alta de 7,4%, atingindo US$ 12,6 bilhões apenas no setor de alimentos e bebidas. Mas a Nestlé admite que os resultados na região poderão sofrer um impacto negativo no segundo semestre diante da alta nos preços dos ingredientes.

Os executivos da Nestlé, porém, rejeitam a tese de que a atual turbulência nos mercados financeiros possa acabar reduzindo suas vendas no mercado americano nos próximos meses. O grupo garante que continuará a investir nos Estados Unidos, ainda que a realidade dos mercados tenha mudado.

Na Europa, o crescimento continuou sendo bem menor, de apenas 1,4% e vendas de US$ 11 bilhões. O maior crescimento nas vendas ocorreu na Ásia, com 9,7%, ainda que o total de vendas seja menor que nas Américas e Europa, com US$ 6,5 bilhões. A Nestlé ainda destaca s vendas para os mercados emergentes como sendo "expressivas".

Ações

Ontem, além dos lucros acima do esperado, a Nestlé ainda anunciou plano de recompra US$ 21 bilhões em suas ações em três anos. O objetivo seria incrementar a eficiência do capital da empresa, já que o grupo pretende investir para se tornar não mais a maior do setor de alimentos, mas a líder em ? nutrição, saúde e bem estar ?. Já o presidente da companhia, Peter Brabecj-Letmathe, informou que a Nestlé irá evitar grandes aquisições nos próximos meses.

Diante do anúncio, a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou a Nestlé para "AA-plus", segundo melhor classificação possível pelo ranking. A empresa ocupava a posição de AAA. Segundo a Fitch, a queda na classificação ocorre diante da declaração dos executivos da Nestlé de que não haveria mais o compromisso de uma política financeira para justificar seu posição de AAA.

(Por Jamil Chade, do Estadão, 15/08/2007)

 

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