O rompimento de um cabo da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) deixou cerca de 150 mil moradores do Norte da Ilha (40% de toda a população de Florianópolis) sem energia elétrica por até 10 horas ontem.
O blecaute fez a área da Capital que concentra os balneários mais badalados lembrar do apagão que, em outubro de 2003, deixou toda a Ilha de Santa Catarina sem luz por 55 horas, causando prejuízos à economia local e afetando a rotina de 300 mil pessoas (75% da população).
O cabo que abastece o Norte da Ilha se rompeu às 2h, entre as torres 18 e 19, no Morro do Quilombo, um local de difícil acesso para veículos sem tração, no Bairro Itacorubi, Leste da Ilha. Cada torre sustenta quatro cabos, que ficam distantes cerca de 50 metros do chão.
Por dois minutos, toda a Ilha ficou sem luz. O município de Palhoça, com 102 mil habitantes, onde está localizada a subestação da Celesc que fornece energia à Ilha, também ficou às escuras por esse tempo. Devido ao horário, a pane foi pouco sentida.
A Celesc informou que Florianópolis e Palhoça ficaram totalmente sem luz por dois minutos porque o sistema de fornecimento de energia é desligado automaticamente, por motivos de segurança, sempre que acontece algum problema na rede.
A estatal informou que o sistema apontou de imediato o ponto do rompimento, mas as primeiras equipes de serviço somente conseguiram chegar ao local por volta das 3h30min porque a escuridão e o terreno acidentado no meio da mata dificultavam o deslocamento.
Sistema da região opera no limite, reconhece a CelescNo início da manhã, a Celesc conseguiu restabelecer o fornecimento aos bairros Cacupé, Ratones, Santo Antônio de Lisboa e Sambaqui, que estão entre os menos populosos do Norte da Ilha, remanejando alimentadores de postes.
Nos demais bairros, entre eles Ingleses e Canasvieiras, os mais populosos da região, o fornecimento de energia só foi completamente restabelecido ao meio-dia, 10 horas após o blecaute.
O apagão que atingiu o Norte da Ilha ontem, afetando restaurantes, escolas, postos de combustíveis entre outros estabelecimentos, pode voltar a acontecer porque a rede de energia que abastece a área está desgastada, admite a Celesc.
O gerente regional da estatal em Florianópolis, Luís Carlos Facco, disse ontem que a empresa se planeja para construir uma nova linha de transmissão.
- A linha que estamos usando atualmente para levar energia àquela área da cidade está operando no limite e nós sabemos disso. Mas já estamos na fase de licitação para a construção de uma nova rede, mais potente e resistente - afirmou Facco.
O diretor-técnico da Celesc, Eduardo Sitonio, disse que a nova linha deve ser concluída antes do fim do ano.
Além de construir essa segunda linha, a Celesc pretende fazer uma outra subestação para atender o Norte da Ilha. Deve ser construída no Bairro Ingleses, onde a estatal já negocia um terreno.
(Por Jeferson Bertolini,
Diário Catarinense, 16/08/2007)