O secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Francisco Graziano, disse que manterá o plano de redução das queimadas de cana-de-açúcar, método usado na preparação da colheita. Na safra 2006/07, foram queimados 2,5 milhões de hectares, e a meta do governo paulista é que essa superfície seja reduzida em 4% na safra 2007, mesmo com aumento da produção. "Queremos ter uma redução gradual desse processo, mas o objetivo é que a área queimada no ano passado, de 2,5 milhões de hectares, seja o limite", disse Graziano, que participou hoje do simpósio "Etanol e Biomassa", no Instituto de Engenharia, em São Paulo.
Em junho, as empresas afiliadas à União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica) assinaram um protocolo de intenções com o governo, onde aceitaram eliminar a queima da cana até 2014 para áreas onde a mecanização é possível. Para áreas de declive e pequenas propriedades, o prazo foi estendido até 2017. O prazo previsto na Lei 11.241, negociado anteriormente com o setor e aprovado na Assembléia Legislativa, previa o fim das queimadas em 2021. No próximo dia 28, as empresas vão formalizar, em reunião na Unica, a execução do plano de redução das queimadas. "As novas destilarias que serão licenciadas só poderão moer cana crua", disse Graziano. Atualmente existem 56 novas usinas em processo de licenciamento ambiental no Estado.
Segundo Graziano, a indústria da cana-de-açúcar tem obtido melhorias em aspectos ambientais, mas a expansão da produção requer atenção por parte dos órgãos ambientais. Um dos projetos em andamento é a recuperação de matas ciliares nas áreas de cana, que deve reflorestar 600 mil hectares em dez anos. Em relação a questões sociais, Graziano acredita que o desemprego trazido com a mecanização da colheita da cana não afetará a economia paulista. "Existem cerca de 200 mil trabalhadores no corte de cana atualmente, sendo que 50 mil vêm de outros Estados. O que deve ocorrer é uma mudança nesse fluxo de migração".
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Agência Estado, 15/08/2007)