O Uruguai exigiu que a Argentina tome medidas contra ambientalistas que ameaçam atacar a fábrica de papel e celulose que está sendo construída junto à fronteira e que provoca uma disputa diplomática entre os dois governos. O chanceler uruguaio, Reinaldo Gargano, disse na quarta-feira (15/08) que foi apresentada uma nota à embaixada argentina em Montevidéu para expressar a preocupação do governo pelas recentes declarações dos manifestantes para exigir ações.
Os ambientalistas argentinos, que há meses bloqueiam rotas de ingresso no Uruguai para rejeitar a fábrica construída pela empresa finlandesa Botnia, declararam há alguns dias que poderão atacar a fábrica depois que ela começar a funcionar, nas próximas semanas. O Uruguai defende o projeto, de cerca de 1 bilhão de dólares, que é um dos maiores investimentos privados da sua história. Já o governo argentino compartilha com os ambientalistas o temor de que haja poluição no rio Uruguai, que delimita a fronteira. Por isso, Buenos Aires não reprime os protestos.
Mas, depois das ameaças, que o governo uruguaio qualificou de "terroristas", o presidente Tabaré Vázquez decidiu enviar um protesto formal. Gargano disse que o embaixador argentino, Hernán Patiño, recebeu "uma nota verbal na qual se transmitiu o alarme do governo uruguaio diante das manifestações de algumas pessoas sobre a destruição da fábrica da Botnia".
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REUTERS, 15/08/2007)