A Votorantim Celulose e Papel (VCP) escolheu os empreendimentos florestais do Estado para a implantação de técnicas de silvicultura de precisão. O sistema, desenvolvido em parceria com a Arvus Tecnologia, empresa catarinense especializada em produtos eletrônicos para agricultura de precisão, consiste na automatização do controle da adubação, até então realizado de forma mecânica.
De acordo com o diretor de negócios da Arvus Tecnologia, Bernardo de Castro, o sistema é pioneiro no país tanto na tecnologia, 100% nacional, quanto na adaptação das técnicas de agricultura de precisão às áreas florestais. “No Estado, o sistema é utilizado na adubação de florestas, mas pode ser usado com outros insumos e estendido a outras culturas, como os grãos (arroz, soja, milho) e algodão.
Entre os benefícios oferecidos pelo sistema ele cita uniformidade das dosagens aplicadas e controle gerencial de áreas, insumos e recursos durante todo o processo de adubação. “O controle é feito a partir de computador de bordo no trator, que além de dosar a quantidade de adubo ou outro insumo aplicado gera relatórios para controle dos custos de produção”. A operação é a mais simples possível e feita com tranqüilidade pelos operadores de máquinas, destaca.
O responsável pelo desenvolvimento operacional na VCP do Sul, Ronaldo Soares, explica que a adoção do sistema permite, além do aperfeiçoamento dos métodos de controle de insumos, a uniformidade na aplicação e o controle total sobre a área trabalhada. “Durante as fases de projeto e testes, conseguimos, em uma área de 300 a 400 hectares, aumento de produtividade nas máquinas de aplicação de 5% e desvio padrão de 1,2%”.
Desde o início do ano, as áreas com utilização do sistema foram ampliadas gradativamente e estima-se que em torno de seis mil hectares já utilizem o sistema. “A idéia é estender as técnicas para 100% das áreas do Estado”. Nos primeiros relatórios gerados pelo sistema, referentes às aplicações de maio e junho, foi identificada redução de perda de insumos durante a aplicação de 10% para 2%, informa o engenheiro florestal Jean Medeiros. Além disso, foi possível o monitoramento em tempo real das atividades em campo, como o espaçamento de plantio e o rendimento das máquinas. A longo prazo, a previsão é de redução de custos, aumento da produtividade, produção uniforme e ganho na qualidade da floresta.
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Diário Popular, 15/08/2007)