O governo do Estado de São Paulo dará início ao tratamento das águas do rio Pinheiros pelo controverso sistema de flotação.
A operação será realizada pela Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A.). A flotação prevê a limpeza das águas pela formação e retirada de flocos de poluição. Há quem diga, entretanto, que ela seja apenas um tratamento estético.
O início do processo estava proibido por decisão judicial, o que foi revertido com um acordo entre o governo e o Ministério Público.
"Isso estava parado há muitos anos e, em seis meses, esperamos já ter os resultados indicativos desse projeto", disse ontem o governador José Serra (PSDB), durante visita a Estação de Tratamento Pomar, que fica na zona sul da capital.
Segundo a secretária estadual de Saneamento e Energia, Dilma Pena, foi acertada a realização de um teste em 10 m3/s de água nos próximos seis meses.
"Em paralelo à realização do teste, será feito o EIA-Rima [estudo e relatório de impacto ambiental]. Confirmados os resultados, que nós temos certeza que vamos conseguir, aí, sim, vai haver a flotação, que é um processo tecnológico de limpeza da água", afirmou.
De acordo com a secretária, "a flotação sozinha não despolui", porém "acelera a limpeza" do rio.
Depois de realizado o teste, a intenção do governo de São Paulo é implantar de forma massiva o sistema no Pinheiros, em 50 m3/s, abrangendo os 25 km do rio.
"Vai não só melhorar a paisagem da cidade, o odor, o cheiro, como também aumentar a disponibilidade de água de Guarapiranga e Billings tanto para consumo humano quanto para recuperar, se assim for a decisão política, a geração de energia em Henry Borden", afirmou.
A secretária explicou que, apesar de "reconhecida no mundo inteiro como uma usina muito eficiente", o complexo de Henry Borden não gera o potencial que poderia em razão da poluição.
Dados da Cesp (Companhia Energética de São Paulo) indicam que a usina, localizada no pé da serra do Mar, em Cubatão, passaria da produção atual de 127,7 megawatts médios por ano para cerca de 400 megawatts médios. Essa energia seria suficiente para suprir mais de 1,5 milhão de residências.
(
Folha de S.Paulo, 15/08/2007)