Caxias do Sul - Pássaros que vivem ou costumam passar pelo Parque Cinqüentenário estão morrendo. Desde o final de semana, pelo menos 20 pombas, sabiás, bem-te-vis e joões-de-barro apareceram mortos entre as árvores. Os guardas municipais do lugar desconfiam de envenenamento, já que o problema está atingindo várias espécies e acontece apenas dentro do parque. A causa da mortandade será investigada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma).
Os servidores estão redobrando a atenção na tentativa de identificar alguma pessoa estranha ou suspeita dando de comer aos pássaros. Mas como a área do parque é grande e as mortes ocorrem em espaços diferentes, não há como vigiar a todos o tempo inteiro. Uma área onde foi encontrada comida duvidosa foi varrida, mas novas aves morreram.
O aposentado Aido Belincanta, 86, que há dois anos cumpre a rotina matinal de levar milho e trocar a água dos pássaros, diz que o problema está se repetindo há 15 dias. Na segunda-feira, preocupado, ele foi ao parque também à tarde para verificar se novas mortes haviam ocorrido e se decepcionou ao encontrar aves no chão e outras que ele suspeitou estarem envenenadas.
- Está vendo aquela? Também vai morrer. Olha o jeito que está voando - disse, desolado, apontando para uma pomba que sobrevoava o parque tropegamente.
MaisEm 2005Em reportagem do Pioneiro sobre as pombas da Praça Dante Alighieri, em 2006, um morador lembrou de uma mortandade em 2005. Pelo menos 90 dos cerca de 100 animais que viviam no local apareceram mortos. A suspeita era envenenamento.
Aves irão para laboratórioUma equipe da Semma recolheu cinco aves mortas para análise. Pelo menos duas delas serão levadas para um laboratório que identifique a causa do óbito. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Ari Dallegrave, serão requisitados dois tipos de exame: um para saber se a causa das mortes é envenenamento e outro verificar se algum parasita estaria agindo nos pássaros.
Conforme Dallegrave, as análises serão feitas em laboratórios especializados de Porto Alegre ou de São Paulo que já fizeram trabalhos para a Semma, como em casos de mortandade de peixes. O resultado leva de 20 a 30 dias para ficar pronto, segundo o secretário. O custo do exame varia de acordo com o número de quesitos (informações requisitadas) necessários, sendo que cada item custa R$ 104. Dallegrave conta que é comum pombas morrerem em parques da cidade e na Praça Dante Alighieri, mas diz que é a primeira vez que outras espécies são envolvidas.
- A morte desses passarinhos nos preocupou bastante e vamos investigar - garante o secretário.
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Pioneiro, 15/08/2007)