Em outubro de 2008 Manaus estará gerando, comercialmente, em seu parque térmico, energia elétrica a partir do gás natural do gasoduto Coari-Manaus. A data está prevista no cronograma da ação Matriz Energética de Gás Natural, executada em parceria pela Petrobras, Eletrobrás, Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) e Manaus Energia.
Para autorizar o aporte de R$ 17,1 milhões da companhia para execução de obras, a partir de outubro deste ano, de construção dos ramais de distribuição de gás natural para substituição da matriz energética na capital, o Poder Executivo encaminhou a mensagem 33 à Assembléia Legislativa do Estado (ALE), gerando o projeto de lei 143/2007, no qual autoriza o investimento usando dotações do Plano Plurianual (PPA) 2004-2007.
A proposta está em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Redação. O investimento total previsto para a ação é de R$ 75,3 milhões, ficando R$ 18,8 milhões de responsabilidade da Cigás e R$ 56,5 milhões desembolsados pela Eletrobrás, com contrapartida do Governo do Estado de 17% do total, sendo R$ 2,9 milhões liberados ainda este ano. A partir de 2008 os demais investimentos estaduais estarão no PPA 2008/2011, em fase de elaboração.
A Petrobras entregará o gasoduto na capital e suas ligações em três pontos: nas usinas térmicas de Aparecida (Centro) e de Mauá (bairro Mauazinho), e na Refinaria de Manaus (Reman). Para ligar os pontos ao restante do parque térmico e aos cinco produtores independentes (Distrito Industrial, Santo Agostinho, Torquato Tapajós, AM-010 e BR-174), a companhia construirá aproximadamente 80 quilômetros de ramais. "E dentro desse traçado há facilidade técnica para o atendimento, via ramais secundários, para os potenciais clientes industriais da Zona Franca que passarão a usar o gás natural", explica Willamy Frota, presidente da Manaus Energia.
A licitação para construção dos ramais está em andamento e apesar do início das obras coincidir com o período de chuvas na Amazônia, segundo Frota, há tecnologia adaptada para lançar tubulação subterrânea no período.
UsosPara o presidente da Manaus Energia, o Amazonas será pioneiro, na Amazônia, a gerar energia por gás natural, produzindo no Estado sua própria matéria-prima. "Para ancorar a troca da matriz haverá a disponibilidade de 5 milhões de metros cúbicos de gás por dia transportados pelo gasoduto". Além de ser um combustível mais limpo comparado com os atuais em uso nas usinas, o gás trará ganhos econômicos, havendo previsão de menores reajustes porque o custo de produção terá uma redução expressiva. E com interligação ao linhão de Tucuruí (PA), que deverá entrar em operação em 2012, o Amazonas poderá até "exportar" energia para o Brasil, trabalhando com duas fontes: água (hidrelétricas) e gás.
(Por Cláudia do Valle,
A Crítica, 14/08/2007)