No mundo todo, a energia renovável ainda não ultrapassa 13% de utilização, enquanto, no Brasil, as fontes alternativas precisam de incentivos para ter competitividade diante da atual matriz energética nacional proveniente de hidrelétricas. Para discutir amplamente o assunto, foi lançada ontem, na Capital, a Eco Power Conference - Fórum Internacional de Energia Renovável, evento que pretende transformar Florianópolis em uma Davos da energia renovável.
A primeira edição da conferência Eco Power está marcada para entre os dias 28 e 30 de novembro, no Costão do Santinho, mas o evento, que trata-se da primeira grande iniciativa sobre o tema no país, quer se manter fixo no Estado, com edições anuais, segundo o diretor da Eco Power, Ricardo Bornhausen, para perpetuar a discussão sobre energia renovável e promover soluções e questionamentos, além de negócios e investimentos no setor.
- Este é um setor para o qual está prevista uma movimentação anual de US$ 250 bilhões. Mas ainda é incipiente. Na Alemanha, 14% da energia utilizada é renovável. Nos EUA a proposta é chegar a 25% até 2025. E o Brasil está numa posição confortável, com a biomassa, o etanol e o fato de ser o segundo país de maior insolação (para energia solar) do mundo. O crescimento do mercado de energia eólica é da ordem de 75% - exemplificou, ao alertar para a importância de discussão ampla sobre as fontes alternativas de energia.
O investimento para a conferência é de R$ 3,2 milhões, provenientes do Funturismo, fundo do turismo do governo do Estado, que há dois anos capta recursos da iniciativa privada através de isenção fiscal. O governador do Estado, Luiz Henrique da Silveira, presente no evento de lançamento, destacou a importância do fórum para Santa Catarina.
Professores integrantes do comitê técnico da Eco Power, Sérgio Colle e Júlio César Passos, alertaram sobre a necessidade de o Brasil ter incentivos para viabilizar os investimentos em energia renovável. Segundo eles, as hidrelétricas ainda produzem a energia mais barata no país.
(Por Simone Kafruni,
Diário catarinense, 15/08/2007)