Policiais ambientais estarão hoje em São Bento do Sul para verificar denúncia de crime ambiental. A área de 10 mil metros quadrados de mata nativa foi devastada para o plantio de pinus, no Bairro Serra Alta.
A denúncia partiu de um adolescente de 14 anos, que alegou ser forçado a trabalhar na mata. Foi ele quem chamou a polícia e contou a história. Mas, em depoimento, negou. Afirmou que chamou a polícia porque não queria mais morar com o tio. Apesar de parecer brincadeira de mau gosto do adolescente, ele acabou revelando a existência de crime ambiental no local.
Árvores como canela e cambará foram derrubadas para dar lugar ao plantio de pinus. De acordo com o diretor de Meio Ambiente da prefeitura, Henry Enquels, o proprietário da área e o tio do adolescente, que trabalha no local, podem ser indiciados.
Enquels fotografou e marcou a localização da região com GPS. Com as coordenadas os policiais ambientais podem chegar ao local sem dificuldades. Relatório sobre o desmatamento será encaminhado também para a Fundação de Meio Ambiente (Fatma) e Ministério Público.
Além de multa, o proprietário do terreno pode ser condenado a prestar serviços comunitários e recuperar a área. As árvores derrubadas foram vendidas como lenha. Por conta da denúncia de que o rapaz era forçado a trabalhar na área, policiais militares armaram um cerco para prender o tio. O adolescente disse que trabalhava em troca da comida e caso recusasse apanhava do parente. Para localizar o homem, policiais do serviço de investigação da PM ficaram escondidos próximo da casa onde ele morava. Outra viatura permaneceu na área do desmatamento.
Armas e munições foram encontradas na casaO homem foi preso assim que chegou em casa, por volta das 16h30min. Segundo os policiais, não esboçou qualquer tipo de reação e permitiu a entrada dos investigadores para procurar armas na casa.
Foi o adolescente quem denunciou a existência de um revólver calibre 38 e uma espingarda calibre 24. As armas e munições foram encontradas. Conforme o delegado Gustavo de Pinho Alves, será instaurado inquérito por porte ilegal.
O adolescente foi levado ao Conselho Tutelar. A mãe disse que o rapaz foi morar com o tio para ver se mudava de comportamento. Depois de prestar depoimento o tio foi liberado, mas vai responder a dois inquéritos, um por porte ilegal de armas e outro por crime ambiental.
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Diário catarinense, 15/08/2007)