O avanço no cultivo do camarão segue representando uma ameaça às comunidades. Nesta semana, um grupo de moradores da paróquia Bolívar, espaço Casa Viejita do Refugio de Vida Silvestre do Sistema Estuário de Maagues, Muisne-Cojimíes, localizado ao sul da província de Esmeraldas, denunciou a queima de árvores de mangue, trabalhos de limpeza e levantamento de muros para a construção de um novo cativeiro de camarão, em uma extensão de 7.40 hectares, que teria como responsável Hilario Patiño.
O presidente da Fundação de Defesa Ecológica de Muisne (Fundecol), Marcelo Cotera, apresentou a respectiva denúncia ao Diretor do Ministério do Ambiente de Esmeraldas manifestando que o autor desta agressão ao ecossistema de mangue já foi denunciado no ano de 2005. Efetivamente, o infrator Hilario Patiño foi denunciado por destruir mangue no sítio Casa Viejita e apesar de o perito do Ministério do Ambiente manifestar que existia a destruição de 2.8 hectares de mangue, o denunciado foi absorvido pelo Ministério, mediante resolução de 28 de setembro de 2006, sendo esta uma prática sistemática do órgão.
Durante a interpelação feita por deputados do Congresso Nacional à ministra do Ambiente, Ana Albán, há alguns meses, esta manifestou que durante sua administração não existia destruição de mangue, apesar de dezenas de denúncias que chegaram das zonas costeiras onde empresários do camarão cortam ilegalmente o mangue.
Apesar das promessas do presidente Rafael Correa de devolver aos povos a Pátria, na prática, os setores poderosos continuam destruindo o patrimônio natural de todos os equatorianos de maneira impune. No momento não existem políticas ambientais que freiem a degradação dos ecossistemas e se continua privilegiando grupos de poder econômico. Neste contexto, os direitos dos equatorianos e equatorianas e, em especial, o dos Povos Ancestrais do Ecossistema Mangue seguem sendo violentados.
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Adital, 09/08/2007)