A Associação Nacional de Mulheres Rurais e Indígenas (Anamuri) denunciou as tentativas do setor empresarial de instaurar um clima de terror, após tentativa dos empresários de baixar os salários e aumentar a mão-de-obra de trabalhadores estrangeiros, que trabalham em condições desumanas no Chile.
Durante o ato inaugural do "Conclave Nacional da Fruta", organizado pela Federação Nacional de Produtores de Frutas do Chile, F.G. (Fedefruta) e a Associação de Exportadores do Chile, A.G. (Asoex), dirigentes e delegadas da Anamuri, de diferentes regiões do país, estenderam seus cartazes exigindo salários dignos e denunciando que o modelo agro-exportador enriqueceu às custas da exploração das assalariadas desse setor econômico.
Frente ao rechaço inicial dos participantes, entre eles: empresários exportadores, representantes do mundo político e autoridades de Governo, as integrantes de Anamuri interromperam o discurso do Presidente de Fedefruta, Rodrigo Echeverría, expondo suas demandas e rechaçando também as tentativas de subir de 60 para 65 anos a idade de aposentadoria para as mulheres. Essa mudança é parte das propostas que traz o novo Projeto de Reforma ao Sistema de Pensões que se encontra em discussão no Parlamento.
As integrantes de Anamuri, após interromper o discurso de Echeverría, foram ameaçadas de serem expulsas do Centro de Eventos, onde estava acontecendo a reunião dos empresários agro-exportadores, autoproclamados "família da fruta", continuando o protesto em frente ao edifício.
Sobre a petição dos empresários agroexportadores, de aumentar a categoria legal de trabalhadores emigrantes (atualmente 15%), Anamuri declarou que isso só se traduzirá em maiores abusos, para os trabalhadores e trabalhadoras, cujas condições trabalhistas são ainda mais dramáticas, pois não têm contratos, não recebem pensões, não têm direito à saúde, têm salários mais baixos, sem direito ao seguro de desemprego. Nessa mesma condição, se encontram tanto aqueles que mudam para o interior do país, como para quem é estrangeiro.
A respeito, as dirigentes da Anamuri declararam: "Nossa luta é para melhorar as condições de todas as trabalhadoras, não somos contra que nossos irmãos ou rimas de outros países trabalhem no Chile, o que exigimos é que os lucros do setor mais bem sucedido do modelo econômico chileno, seja refletido em nossos salários e em condições trabalhistas dignas, com direito a banho, a água potável para beber, a ter um lugar onde comer, e diminuir as largas e extenuantes horas de trabalho, que só se assemelham ao tempo da escravidão".
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Adital / Anamuri (Associação Nacional de Mulheres Rurais e Indígenas), 10/08/2007)