O diretor-regional do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Purificação e Distribuição de água e em Serviços de Esgoto no Rio Grande do Sul (Sindiágua-RS), Rogério Ferraz, e o respectivo secretário-geral, Leandro de Almeida, estiveram em Cachoeira do Sul ontem (13) à noite para propor aos vereadores a discussão sobre a terceirização dos serviços de saneamento básico que o prefeito municipal Marlon Santos está se propondo a realizar.
Será encaminhado ofício à Câmara e possivelmente Rogério se pronuncie na tribuna na próxima segunda-feira, além de buscar uma data a partir do próximo dia 27 para realizar uma audiência pública sobre o tema. Recém-eleito representante da região centro, que tem sede em Santa Maria, Rogério afirma que deseja expor à comunidade cachoeirense as perspectivas da continuidade da prestação do serviço público com a Corsan e também a privatização do serviço, já que o prefeito Marlon Santos anunciou que iniciará encaminhamento de um edital para concessão do serviço de abastecimento.
O representante regional do Sindiágua, entidade formada por funcionários da Corsan, explica que sua iniciativa será de esclarecer a população sobre como deverá funcionar o serviço se a concessão for dada a uma empresa privada. Rogério defende que não se pode dar a propriedade de um bem natural como a água sem conhecer especificamente os futuros prestadores do serviço, por isso o desejo da abertura de debate com a comunidade cachoeirense.
Rogério diz desacreditar nas promessas feitas pela Odebrecht e Uniáguas, de que chegariam a 100% de saneamento básico em um curto espaço de tempo na cidade e acrescenta o lucro das empresas como tema principal a ser debatido. "Atualmente a Corsan possui cerca de 50 municípios superavitários no estado. O restante são comunidades pobres que recebem parte do lucro de outras regiões, o chamado subsídio cruzado, ou seja, é feita uma distribuição igualitária, pois a Corsan preocupa-se com a questão social. O que está sendo proposto é reverter o dinheiro unicamente para uma empresa privada", entende Ferraz. Outro ponto motivo de discórdia para o representante do Sindiágua é as próprias empresas interessadas na concorrência auxiliarem o Município para fazer um levantamento da estrutura para uma possível indenização à Corsan.
Para Ferraz, a questão tarifária, como será prestado o serviço e qual o lucro real que as empresas terão são detalhes que precisam ser explicados à população cachoeirense. "Depois de acertada a concessão, o povo não poderá reclamar", comenta, dizendo não acreditar nas promessas feitas por Odebrecht e Uniáguas.
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Jornal do Povo, 13/08/2007)