Cansado de ouvir notícias agourentas sobre o meio ambiente global? Então ouça a mensagem do "rei do verde" de Hollywood, Leonardo DiCaprio: é possível ter esperanças de um futuro melhor. O documentário "The 11th Hour", do ativista ambiental DiCaprio, faz sua estréia nos cinemas norte-americanos na sexta-feira. Embora o filme de 90 minutos comece apresentando uma visão pessimista sobre questões como, por exemplo, o aquecimento global, boa parte dele é dedicada a sugestões de maneiras como ajudar o meio ambiente com ações humanas, governamentais e de empresas.
"Teria sido fácil fazer um filme sobre cenários totalmente do tipo 'fim do mundo', mas as pessoas precisam poder sair do cinema sentindo-se parcialmente responsáveis e sabendo como fazer a escolha simples de ser ativas no movimento", disse o ator. Kenny Ausubel, um dos fundadores do grupo ambientalista Bioneers e especialista consultado na realização de "11th Hour", faz um comentário mais pontual.
"Deixar o espectador com um cenário de fim de mundo seria levá-lo a pensar: 'O que eu faço agora, vou para casa e me dou um tiro na cabeça?"', disse ele. "As soluções existem. Já sabemos o que fazer na maioria dos casos, e, mesmo naqueles em que não sabemos, sabemos em que direção caminhar." O documentário de 2006 "Uma Verdade Inconveniente", sobre a luta de quase 20 anos do ex-vice-presidente americano Al Gore para combater o aquecimento global, capturou atenção ampla e conquistou dois Oscar.
DiCaprio, Ausubel e as diretoras de "The 11th Hour", as irmãs Leila Conners Petersen e Nadia Conners, acham que "Verdade Inconveniente" ajudou a abrir a cabeça de muitas pessoas comuns e líderes governamentais e empresariais que antes zombavam da idéia do aquecimento do planeta. Mesmo o presidente George W. Bush, que opôs resistência a muitas iniciativas ambientais, recentemente convidou os países industrializados a traçar um plano para reduzir as emissões de carbono responsáveis pelas mudanças climáticas.
Os criadores do filme esperam que a discussão do aquecimento global seja cada vez mais focalizada nas soluções. DiCaprio, que produziu o filme, é também um narrador que formula perguntas que são respondidas por especialistas que vão desde o físico Stephen Hawking até o ex-primeiro-ministro soviético Mikhail Gorbachev.
O astro de "Titanic" disse que sua preocupação com o meio ambiente vem desde sua infância, quando assistiu a documentários sobre a destruição das florestas tropicais e dos hábitats de animais silvestres. Adulto, ele tomou conhecimento do aquecimento global, assistiu a um especial de TV sobre as mudanças climáticas, frustrou-se com as discussões políticas improdutivas e intensificou sua militância.
DiCaprio vive numa casa com energia solar e usa carro de combustível híbrido. Ele sabe que muitas pessoas não têm condições financeiras de fazer o mesmo e disse que comprar lâmpadas e aparelhos elétricos de baixo consumo de energia são duas maneiras baratas de ajudar a reduzir as emissões de carbono. Uma maneira que não custa nada, disse ele, é apoiar políticos que lutam pela causa ambiental.
(Por Bob Tourtellotte,
Reuters, 13/08/2007)