O deslizamento de parte lateral do aterro São João, localizado no distrito de São Mateus (zona leste), obrigou a concessionária EcoUrbis a interromper os serviços de armazenamento de dejetos no local nos próximos 15 dias. Ninguém ficou ferido e a coleta do lixo na área de concessão da EcoUrbis não sofrerá problemas, segundo a empresa.
Segundo a EcoUrbis --uma das concessionárias contratadas pela prefeitura para coleta e destinação final do lixo produzido na cidade de São Paulo-- o desbarrancamento aconteceu por volta das 4h30 desta segunda-feira.
A queda do lixo que se desprendeu da estrutura provocou mau cheiro. O odor foi sentido por moradores do município de Mauá (Grande São Paulo), que acionaram a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Técnicos foram até o local para avaliar as causas do problema.
Segundo a Cetesb, o deslizamento da massa de lixo ocorreu dentro do próprio terreno da empresa. Ainda não se sabe se a queda pode provocar problemas ambientais. Um laudo será elaborado pela companhia e avaliará se a situação pode provocar ou não mais transtornos à população.
O aterro é uma estrutura de forma parecida com uma montanha. Para depósito do lixo, são criadas "células" --locais tecnicamente preparados para receber o lixo orgânico que não pode ser reciclado. Para acessar esses locais, são criadas espécies de "caminhos" percorridos pelas carretas que levam o lixo às células. O que desmoronou foram partes das "paredes" desse aterro.
A queda --trata-se de uma massa de lixo-- interdita essas pistas, impossibilitando o acesso dos caminhões. Com a interdição do aterro São João, o lixo deve ser levado para outros dois aterros privados. O volume depositado no aterro é estimado em 150 mil toneladas por mês.
Coleta A Secretaria de Serviços da Prefeitura de São Paulo enviou pessoal técnico para avaliar o que ocorreu. Segundo a assessoria de imprensa da pasta, a mudança de destinação final dos dejetos não irá provocar elevação nos custos dos valores pagos à concessionária.
De acordo com a EcoUrbis, o problema não irá provocar transtornos à coleta domiciliar.
A vida útil do aterro São João está no fim. O Ministério Público Estadual comunicou, em março deste ano, a Prefeitura de São Paulo para que fosse elaborado um plano para saber o que seria feito com o lixo depois que os aterros não puderem mais ser usados.
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Folha Online, 13/08/2007)