EM CÁCERES, POPULAÇÃO DIZ NÃO À HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ
2001-11-21
Moradores de Cáceres, a 214 quilômetros de Cuiabá (MT), tiveram um 14 de novembro histórico. Sob a organização do Fórum de Lutas das Entidades de Classes (Flec), eles realizaram uma série de manifestações artísticas à beira do rio Paraguai que culminou com um abaixo-assinado em repúdio à construção da hidrovia Paraguai-Paraná. Com 7 mil assinaturas, o documento foi entregue ao deputado estadual Gilney Viana (PT). Além do abaixo-assinado, foi realizado um ato público em defesa do rio.Houve também apresentações de dança, teatro e poesia dos grupos Raízes, Raio de Luz e Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua. - A nossa discussão não é só a implantação da hidrovia, é o próprio modelo econômico de desenvolvimento, afirmou Alonso Batista dos Santos, do Centro de Direitos Humanos Dom Máximo Biennes, uma das entidades coordenadoras do Flec. O deputado Gilney Viana afirmou que a defesa do rio Paraguai é um direito de todos que querem o Pantanal. -Essa manifestação não é partidarismo, é uma atitude da população, é uma resistência coletiva, assinalou. O deputado aproveitou a oportunidade para dizer que está em tramitação na Assembléia Legislativa um projeto de lei que oficializa a data do rio. -O projeto está na fase de redação final e só vai faltar a sanção do governador, finalizou. Atualmente está sob responsabilidade do Ibama a realização e análise do Estudo e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) que deverá analisar o projeto da hidrovia como um todo e não em partes, como estava acontecendo quando a análise e autorizações do projeto eram da alçada do Estado, representado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema).