Responsável pela ordem de prisão dos 22 citados pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Moeda Verde, o juiz Zenildo Bodnar, da Vara Federal Ambiental, requisitou proteção policial alegando que homens estariam rondando sua casa.
O magistrado, que é solteiro, anda com escolta da PF desde que vizinhos revelaram terem sido abordados por desconhecidos que perguntavam sobre ele. Além de proteger Bodnar 24 horas por dia, a PF também tenta identificar as pessoas que rondavam a residência.
A assessoria de imprensa da Justiça Federal (JF) confirma a informação, mas não dá maiores detalhes. O magistrado, que na quinta-feira passada encaminhou ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região sua defesa no pedido de "exceção de suspeição" formulado contra ele por membros do Ministério Público Federal (MPF), mantém sua rotina de trabalho.
A decisão de afastar ou não o juiz do caso, o que, em tese, pode significar a anulação de todos os atos dele e, por conseqüência, de toda a Operação Moeda Verde, deve ser tomada em até um mês pelos desembargadores federais. Desde o início da operação que investiga suposto esquema de venda de licenças ambientais, são verificadas divergências entre o juiz e o MPF. A primeira foi justamente os 22 pedidos de prisão formulados pela PF no final de abril, após nove meses de investigações.
Na época, o procurador Claudio Dutra Fontella, que substituía o colega Walmor Alves Moreira (posteriormente afastado do caso sob acusação de suspeição), opinou pela prisão de 14 dos 22 citados. O magistrado desconsiderou o parecer e aceitou todos os 22 pedidos feitos pela PF, o que desagradou alguns membros do MPF.
Justiça do Trabalho não vai julgar afastamento do prefeito.
Até quarta-feira, o prefeito de Florianópolis, Dário Berger (PSDB), deve ser citado pela Comissão de Investigação e Processante instalada na Câmara para apurar suspeitas a respeito da aprovação de uma lei de inventivo ao turismo. Berger terá 10 dias se defender. Na semana passada, o juízo da 6ª Vara do Trabalho se declarou incompetente para julgar a ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho, que pedia o afastamento do prefeito e a condenação por improbidade administrativa dele e de outras nove autoridades, por supostas irregularidades na contratação, sem concurso público, de 600 agentes comunitários de saúde.
(Por João Cavallazzi,
Diário Catarinense, 13/08/2007)