Reportagem do jornal O Globo desta segunda-feira (13), mostra que a obra de saneamento de São Conrado não foi a única a lançar dinheiro público pelo ralo. Um levantamento solicitado à Feema revela que a estação de tratamento do Rio Carioca, inaugurada em setembro de 2002 com a ousada promessa de despoluir a região, jamais provocou redução no índice de coliformes fecais da Praia do Flamengo.
O equipamento, desde o início do ano sob responsabilidade da prefeitura, está desativado há pelo menos seis meses. Mas, mesmo no período em que esteve em operação, não causou efeito positivo na qualidade da água da região. Somados os custos de construção e operação do saneamento de São Conrado e Rio Carioca, o estado desperdiçou cerca de R$ 17 milhões.
A extinta Secretaria estadual do Meio Ambiente informou, em 2005, que a estação do Rio Carioca, de R$ 4 milhões, operou por nove meses desde a inauguração em 2002. Reativada em agosto de 2005 (mesmo período em que a unidade de São Conrado entrou em operação) funcionou até outubro do mesmo ano e de maio de 2006 a fevereiro de 2007. No período de funcionamento da estação da Praia do Flamengo, os coliformes fecais atingiram pico de 8,8 mil/cem mililitros de água - quase nove vezes acima do tolerado pela saúde humana.
Diante dos altos índices de poluição, o secretário de Meio Ambiente, Carlos Minc, prometeu investigar um possível mau uso da verba pública:
- Se constatarmos irregularidades na operação ou na construção, vou pedir o dinheiro de volta, exigir a devolução aos cofres públicos.
(Por Tulio Brandão,
O Globo Online, 12/08/2007)