A vigilância para monitorar o desmatamento na Amazônia ganhará reforço no próximo mês. Em 18 de setembro, o Brasil e a China vão lançar o satélite de sensoriamento remoto Cbers-2B, o terceiro desenvolvido pelos dois países.
A confirmação da data do lançamento foi feita na sexta-feira (10/08) pelo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara. Ele participou da divulgação do índice de desmatamento da Amazônia entre agosto de 2005 e julho de 2006, que registrou diminuição de 25,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O Cbers-2B, que será lançado na China, substituirá o Cbers-2, lançado em 2003 e cuja vida útil expira neste ano. O acordo com o país asiático prevê o lançamento de mais dois satélites conjuntos nos próximos anos. O Cbers-3 deverá ser mandado ao espaço em 2009. E o Cbers-4 só deverá entrar em operação em 2012.
Segundo Gilberto, o monitoramento vai ficar ainda mais preciso a partir de 2010, quando o Brasil lançará o satélite Amazônia-1, o primeiro com tecnologia totalmente nacional destinado a observar o planeta. “Com os satélites ainda previstos, teremos uma capacidade de monitoramento única no mundo”, ressaltou.
De acordo com o Inpe, o Amazônia-1 associado aos satélites chineses garantirá uma cobertura do Brasil e do mundo a cada dois dias com dados de livre acesso pela internet. Desde 2004, o Projeto Cbers distribuiu mais de 300 mil imagens por satélite, o que garantiu ao Brasil a liderança mundial no uso do sensoriamento remoto.
O Projeto Cbers (sigla em inglês para Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) foi assinado em 1988 durante uma visita do então presidente José Sarney à China. Pelo acordo, os dois países uniriam esforços para estabelecer um sistema completo de observação da Terra compatível com as necessidades dos dois países. O primeiro satélite conjunto, no entanto, só foi lançado em 1999 e já saiu de operação.
(Por Welton Máximo, Agência Brasil, 10/08/2007)