O desmatamento nas áreas sob responsabilidade do governo federal na floresta amazônica apresentou redução superior à média registrada em toda a extensão da Amazônia Legal. Enquanto a derrubada de árvores caiu 25,3% entre agosto de 2005 e julho de 2006 em todo o território amazônico, a queda foi duas vezes maior nas áreas sob domínio da União. Os números foram divulgados pelo grupo interministerial, com 13 ministérios, responsável pelo Plano de Combate ao Desmatamento da Amazônia.
Nas unidades de conservação federais, foram desmatados 306 quilômetros quadrados, o que representa diminuição de 56% em relação ao levantamento anterior. Nas áreas de proteção integral, que incluem os parques nacionais, o desmatamento diminuiu 60%. Nas unidades de uso sustentável, a queda foi de 53%. Já as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) registraram redução de 63% no ritmo das derrubadas.
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, ressaltou que a o total de desmatamentos nas unidades de conservação representa uma proporção ínfima em relação à área preservada. “Dos 601 mil quilômetros quadrados de unidades de conservação federal na Amazônia, só 1,16% foram destruídos”, disse Capobianco durante a apresentação dos números.
Em terras indígenas, a queda também se deu acima da média da região. Em 2006, foram destruídos 190 quilômetros quadrados de floresta nesses territórios, número 56% menor que os 441 quilômetros quadrados registrados no ano anterior. “É importante ressaltar que atualmente somente 0,02% da área das terras indígenas foram desmatadas”, destacou Capobianco.
Os assentamentos rurais coordenados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Amazônia tiveram redução expressiva no desmatamento. De 4.406 quilômetros quadrados registrados em 2005, o total desmatado caiu para 2.054 quilômetros quadrados em 2006, o que representa redução de 54%.
Já nas áreas administradas pelos estados, o desempenho foi um pouco diferente. As unidades de conservação de proteção integral apresentaram redução de quase dois terços no ritmo de desmatamento. Nas unidades de uso sustentável, a queda foi de 31%. Nas APAs, porém, que registraram alta de 24% no ritmo de desmatamento, que subiu de 122 quilômetros quadrados em 2005 para 152 quilômetros quadrados em 2006. “A partir de agora, passaremos a dedicar atenção especial às APAs estaduais nas atividades de vigilância e fiscalização”, destacou Capobianco.
(Por Wellton Máximo, Agência Brasil, 10/08/2007)