O governo do Estado lançará em setembro o Programa Gaúcho de Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCH). A afirmação é do presidente do Grupo CEEE, Delson Luiz Martini. Ele adianta que a meta é viabilizar 10 dos 236 projetos de empreendimentos existentes no RS já no primeiro ano do programa. Esses projetos estão concentrados nas bacias do Rio Uruguai e suas sub-bacias Ijuí e Taquari. 'Muitos desses estudos já estão registrados na Aneel. Alguns esperam por licença ou tem licença provisória. E há os que já têm outorga', afirma Martini.
O investimento inicial previsto é de R$ 670 milhões, provenientes de recursos de investidores, atraídos por meio de chamada pública. Na oportunidade, será criado o Comitê Estadual de Energia, composto por quatro secretarias (Fazenda, Infra-estrutura, Desenvolvimento e Meio Ambiente) e o Grupo CEEE. A intenção é identificar os problemas que impedem o avanço dos projetos. Na maioria dos casos, os entraves são econômicos, sociais e ambientais. 'É preciso analisar o impacto sócio-ambiental que a instalação da PCH causará e se o custo do megawatt produzido terá preço competitivo de mercado', sintetiza Martini.
O programa gaúcho incentivará a formação de consórcios. O Estado entrará com o suporte técnico para a viabilização dos projetos e a CaixaRS e o BRDE financiarão de 75% até 85% do valor do empreendimento. O restante dos recursos virá de investidores.
Uma PCH produz de um a 30 megawatts de capacidade (que atende uma cidade com 120 mil habitantes). O prazo médio de instalação é de três anos e o custo por megawatt instalado é de R$ 3 milhões. O RS produz apenas um terço da energia hídrica que consome. As PCHs servirão para reduzir a importação do sistema energético interligado.
Frente às diversas potencialidades do RS de gerar biomassa e bioenergia, o presidente do Instituto Brasileiro de Produção Sustentável e Direito Ambiental, Carlos Adílio Maia do Nascimento, diz que o desafio das pesquisas é inserir o Estado na era do biocombustível. 'Os pesquisadores gaúchos estão buscando um tipo de cana-de-açúcar que se adapte ao clima local, já que cientistas afirmam que a soja e o etanol, juntos, formam um biodiesel imbatível', revela. Outro caminho para geração de energia renovável defendido é a usina híbrida (vento, sol e biomassa). 'Vivemos a era da biotecnologia e teremos na biodiversidade o grande aliado para o desenvolvimento sustentável', afirmou Abílio.
(Por Mirella Poyastro,
CP, 12/08/2007)