A previsão de mais chuva e frio nos próximos dias deve ampliar os prejuízos no cultivo das forrageiras no Estado. A projeção é do técnico da Emater Breno Kirchof, que destaca as perdas especialmente de produtividade, ocasionadas pela geada. 'Em algumas regiões, as pastagens de campo nativo estão completamente queimadas, uma palha. Se o clima não mudar, não haverá como recuperar', afirma. A disponibilidade de forrageiras em algumas localidades, conforme levantamento conjuntural da Emater, é de 190 quilos por hectare, enquanto a média ideal seria de 400 quilos por hectare. Segundo o técnico, a pecuária de corte é a mais prejudicada com a queimada das pastagens. 'O gado está perdendo peso e muitos frigoríficos já estão aceitando animal antes de estar terminado', salienta.
A deficiência preocupa os criadores do município de São Borja. Comprometidas devido à geada e ao regime de insuficiente de chuva das últimas semanas, as pastagens obrigaram redução na lotação das propriedades. A capacidade dos campos está em apenas um terço do normal, com ocupação média de 180 quilos de boi por hectare, segundo o zootecnista Eduardo Rossi, da Emater. Ele estima perda mínima de 10% no peso do rebanho. Este ano, pelo menos 10 mil animais vêm recebendo suplementação com rações da Cotrisal.
As pastagens cultivadas também tiveram perdas. 'A aveia está liquidada, e o azevém, com a metade do rendimento', ressalta Kirchof. A expectativa volta-se para o azevém, já que o cultivo acontece até o mês de novembro. 'Se tivermos mais luminosidade e até um pouco de calor, a produção pode ser mais positiva', justifica. Conforme o coordenador do 8º Distrito de Meteorologia, Solismar Prestes, as temperaturas voltarão a aumentar no início da semana que vem. 'Em algumas regiões, os termômetros devem chegar próximos a 30ºC', adianta.
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CP, 11/08/2007)