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agroextrativismo desmatamento da amazônia
2007-08-10
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam: nos últimos anos, a média da produção da castanha-do-Brasil (ou a castanha-do-Pará, como também é conhecida) caiu quase 30%. Nos estados do Amazonas, Pará e Acre foram produzidas 31.278 toneladas (1990) e 22.109 toneladas (2000). Uma redução que - , além do custo ambiental para o bioma amazônico -, representa prejuízos para a população que sobrevive da venda e da produção de artigos derivados da castanha, como biscoitos, farinha, óleo, sabão, sabonete e sorvete.

Ainda segundo o IBGE, cerca de 1 milhão de pessoas dependem da castanha. “O custo social médio do desmatamento e da queda da produtividade é de R$ 8,5 milhões por ano”, revela o pesquisador Humberto Ângelo, do departamento de Engenharia Florestal, da Universidade de Brasília (UnB).

Para comprovar que é preciso garantir a adoção de técnicas de manejo adequadas e controle sobre o corte criminoso da espécie na região, o mestre em engenharia florestal José Mauro Moreira usou como tema para sua dissertação O custo social do desmatamento da Amazônia Brasileira: o caso da Castanha-do-Brasil, concluída em janeiro de 2004.

Foram analisados a produção e o preço do produto de 1980 a 2000, a partir dos quais identificou-se que o custo social do desmatamento atinge a proporção de 75% para os produtores e 25% para os consumidores. “Os consumidores sofrem menos, pois quando o preço da castanha sobe, a tendência é buscar outros produtos mais baratos. Já os produtores sofrem mais, pois retiram o sustento dessa árvore e acabam migrando para outras atividades em busca da sobrevivência”, explica Ângelo, o orientador do trabalho.

A castanha-do-Brasil (Bertholettia excelsa) é um dos produtos de maior importância entre os não-madeireiros para a Amazônia, porém, com o crescente desmatamento sua produção caiu muito e o preço subiu. Em 1990, a tonelada custava R$ 548, enquanto em 2000 passou a custar R$ 805. “Somente em 2003, o desmatamento destruiu 23 milhões de hectares nessa região para produção de soja, pecuária e outros produtos”, diz Ângelo.

Apesar do decreto 1282/94 proibir a derrubada da castanheira, o desmatamento das áreas ao redor isola a planta e provoca a morte. Em 2004, a castanheira figurou como uma das espécies consideradas vulneráveis na lista oficial de Flora Ameaçada de Extinção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). E se o desmatamento for constante, a árvore pode entrar em processo de extinção. ”É preciso dar um basta nesse desmatamento”, ressalta.

Ainda de acordo com o professor, efeito inverso acontece com o açaí, onde a valorização dos frutos levou a preservação da árvore, que estava sujeita à extinção e hoje é bastante difundida em diversas regiões do Brasil. Na década de 1990, os grandes centros urbanos passaram a consumir o fruto dessa árvore misturado com banana e xarope de guaraná. Antes disso, apenas o palmito era aproveitado e o açaí era mais conhecido apenas na região norte e nordeste, onde é comido com farinha.

Importância ambiental do gigante amazônico
A castanha-do-Brasil é uma árvore que atinge até 50m de altura, cujo tronco tem até 2,5m de diâmetro. Sua copa se sobressai entre as outras árvores com até 40m de diâmetro. De sua árvore é extraído o palmito, a castanha e madeira. O Brasil já ocupou a liderança entre os países exportadores do produto, mas hoje a primeira colocação é da Bolívia, segundo dados do IBGE. Os principais compradores da castanha são Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Itália. Para impedir o corte indiscriminado da espécie, foi assinado o Decreto 1282 de 19/10/94.

(Envolverde / UnB Agência, 09/08/2007)

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