A diretoria da Sulgás apresentou ontem ao secretário estadual de Infra-Estrutura e Logística, Daniel Andrade, o seu programa de biogás. Trata-se de um estudo de viabilidade técnico-econômica para a obtenção de biogás a partir dos dejetos orgânicos da suinocultura e a sua comercialização como combustível para indústrias e veículos localizados na região Norte e Vale do Taquari.
De acordo com o diretor-presidente da Sulgás, Artur Lorentz, a utilização do biogás viabiliza comercialmente um energético ambientalmente correto em cidades do Interior do Estado e o aumento das oportunidades no mercado de trabalho e geração de renda, tanto na produção primária, ou seja, na própria criação de suínos, quanto na secundária, os frigoríficos.
O biogás já é produzido em algumas propriedades do Estado para a geração de energia elétrica e térmica, mas esta é a primeira vez que uma empresa gaúcha pensa em utilizá-lo como combustível em indústrias e veículos, tendo em vista que ele apresenta as mesmas aplicações e vantagens do gás natural.
Andrade conheceu também o funcionamento do que seria este sistema, que envolve basicamente três etapas: a coleta dos resíduos, a biodigestão que gera o biofertilizante e o biogás, e o tratamento e purificação do combustível para sua adequação às especificações técnicas de comercialização exigidas pela portaria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nº 104 para estar pronto para o consumo. Depois de tratado, esse combustível passa a ter as mesmas especificações do gás natural, sendo constituído assim majoritariamente de metano.
Andrade pediu à companhia um estudo sobre o impacto econômico-ambiental que esse tipo de projeto traria ao Estado caso fosse expandido para outras regiões, ressaltando a importância da produção de carne suína no desenvolvimento gaúcho. A Sulgás, além de comercializar, poderá participar como acionista minoritária nos investimentos.
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JC-RS, 10/08/2007)