No Brasil, 130 mil apartamentos já adotaram o sistema de medição individualizada da água. A ação, segundo o especialista em recursos hídricos da Agência Nacional das Águas (ANA), Eduardo Felipe Cavalcanti Correa de Oliveira, reduz o consumo nos prédios em até 20%. Em Porto Alegre, a medição individual atinge 39% dos apartamentos. Na Capital, ele participa do Seminário de Medição Individualizada organizado pelo Dmae.
Jornal do Comércio - Quais as vantagens da medição de águá individual?
Eduardo de Oliveira - A grande vantagem é que o usuário vai começar a pagar pelo que realmente consome. Está provado que pode haver uma redução no consumo de até 20% com a medição individual. Outra vantagem diz respeito ao meio ambiente. Haverá uma redução de consumo que vai permitir uma conservação dos recursos hídricos nos mananciais, além de diminuir a produção de esgoto e efluentes, já que vai ocorrer menos consumo de água.
JC - Qual o custo para a instalação em condomínios antigos e nos novos?
Oliveira - Nos condomínios novos o custo é quase zero. O valor de uma instalação hidráulica em uma obra nova não chega a 5%. Nos prédios antigos, por ser uma reforma, o valor é maior. A definição de preços vai depender de cada imóvel - em função das especificidades de cada prédio, como por exemplo, o tipo de acabamento utilizado para reduzir ou aumentar a pressão da água.
JC - Como funciona a instalação deste sistema?
Oliveira - O sistema funciona por uma coluna que desce de um reservatório superior, no caso de prédios de mais de três andares. Esta coluna alimenta cada apartamento e onde há um ramal com um hidrômetro para medir o volume de água que vai entrar em cada um dos apartamentos. No Brasil, 130 mil apartamentos já utilizam o sistema.
JC - O que a ANA vem fazendo para divulgar o projeto?
Oliveira - A ANA realiza palestras em todas as regiões do Brasil. Algumas cidades - Recife, Goiânia, Brasília, Salvador e São Paulo - já adotaram a medição individual como política pública. Em Porto Alegre e Belo Horizonte, a proposta está começando a ser discutida.
(Por Cláudio Isaías,
JC-RS, 10/08/2007)