A revista Science elogiou os esforços de preservação florestal feitos pelo Peru e afirmou que a política adotada pelo Governo peruano foi fundamental para impedir a degradação e destruição destes recursos naturais. A publicação semanal, que traz outros dois casos de sucesso nos esforços de proteção ambiental, afirmou que as políticas adotadas pelo país conseguiram impedir um dano florestal em grande escala. A afirmação se baseia na análise de dados fornecidos durante sete anos pelos satélites e que cobriam 79% da Amazônia peruana.
Os cientistas disseram que o programa oficial que designava regiões específicas para poda, proteção de florestas e criação de territórios para os povos indígenas ajudou a impedir o desmatamento entre 1999 e 2005. No entanto, aponta a publicação, a investigação também comprovou um aumento da destruição florestal nos últimos dois anos do estudo, principalmente em áreas onde existem trilhas.
- Descobrimos que apenas entre 1% e 2% desta alteração ocorre em regiões naturais protegidas - disse Paulo Oliveira, autor principal da pesquisa. As alterações foram consideráveis em regiões próximas às operações de poda legais. O Peru tem cerca de 650 mil quilômetros quadrados de florestas tropicais. Os pesquisadores verificaram que, entre 1999 e 2005, a média de alteração e desmatamento foi de apenas 634 quilômetros quadrados por ano. Cerca de 86% das regiões danificadas estavam localizadas na região de Madre de Dios e no leste do país.
A revista elogiou ainda as conquistas obtidas pelo estado americano de Wyoming na proteção do furão de pata-negra, animal que estava em risco de extinção até alguns anos atrás. - Após um começo difícil, a espécie mamífera com maior risco de extinção na América do Norte está se multiplicando e se reproduzindo em seu estado - disse a revista. Em 1981, a população destes furões (Mustela nigripes) era de apenas sete exemplares capturados no âmbito de um programa de reprodução. Já em 2006, o número subira e agora são 223, publica a revista.
A Science menciona como outro caso de sucesso de preservação a política adotada pela União Européia (UE) para proteger espécimes de pássaros vulneráveis. A política foi bem-sucedida tanto no que se refere ao aumento da população quanto ao número de regiões destinadas à proteção das aves. Segundo a publicação, em um momento em que os países fazem acordos para conservar os recursos globais, o primeiro sucesso mensurável é um bom indício para outros convênios internacionais.
Em 1979, 15 países da UE assinaram um acordo para proteger ou melhorar o habitat de pássaros exóticos ou vulneráveis. Um censo realizado por cientistas britânicos entre 1990 e 2000 revelou que as populações das aves incluídas na lista haviam aumentando em comparação com as que tinham sido excluídas.
(
Agência EFE, 09/08/2007)