O estado do Pará tem pouco mais da metade de casos do estado vizinho. Tocantins já passou dos mil focos de incêndio. Palmas, capital do estado, fica acinzentada nesta época. A fumaça chega a atrapalhar os motoristas em pleno centro da cidade.
Em Goiás, o fogo destruiu 70% do Parque Estadual do Jaraguá. Em todos os estados, o motivo é o mesmo: incêndio proposital, geralmente para limpar pastos. Ou simplesmente por descuido da população.
Por causa disso, o número total de focos no país, desde julho, aumentou 15% em relação ao mesmo período do ano passado. E a fase mais crítica está só começando.
“Cerca de 80% do volume das queimadas ainda vai ocorrer. É muito cedo para fazer uma avaliação de como vai ser o ano, mas está começando de uma forma bem mais intensa do que no ano passado”, acredita Alberto Setzer, pesquisador do INPE.
O monitoramento de queimadas está reforçado. O número de satélites mais que dobrou: passou de cinco para 11. Qualquer foco de incêndio que forme uma linha de 30 metros não vai escapar dos olhos do satélite.
Eles se revezam sobre o Brasil e diminuíram o tempo de passagem sobre o país: de cinco horas para 30 minutos. O nível de detalhes também aumentou. É possível ver, por exemplo, até para onde vai a fumaça de uma queimada no sul do Pará. “Nós estamos combinando as informações de queimadas com outros dados que antigamente a gente não combinava. Por exemplo, a quantidade de fumaça gerada, o risco de incêndio, mapas mais precisos... E assim fazer um estudo bem mais detalhado de como as queimadas estão ocorrendo no país”, explica Alberto Setzer.
(G1, 09/08/2007)
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL85657-5598-9235,00.html