A água é suja e pouca. Mesmo assim, é disputada pelos moradores no sertão do Ceará. "Tá difícil, a pessoa pega água barrenta, adoece as crianças", reclama uma senhora. "Infelizmente, no momento, a gente só tá tendo essa pra amenizar o sofrimento das comunidades", diz Aldair Fialho, secretário da Agricultura de Salitre.
O carro-pipa tem de boa qualidade. Mas, em algumas comunidades no Ceará, onde as casas não têm nem torneiras, a água trazida uma vez por semana é insuficiente. Quando a água que foi trazida pelo carro-pipa acaba, resta aos moradores esperar pelos carroceiros, que vão até açudes e poços e vendem, por aqui, até 200 litros. Mas, esta água não é pra todo mundo.
A empresa concessionária do Ceará, por exempo, cobra R$ 1,05 por mil litros de água encanada. No sertão, lata de 200 litros é vendida no mínimo por R$ 2.
Quase todo dia, seu José precisa comprar água para abastecer a casa. "Tem que ter, senão vai passar precisão d´água mesmo."
O custo da água leva os moradores a uma dolorosa escolha. “Se compra a água, não compra o pão. Se compra o pão, não compra a água”, reclama uma moradora da região. E quando o dinheiro não dá, é preciso ter força para continuar a busca pela água.
(G1, 09/08/2007)
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL85658-5598-266,00.html