A partir desta quinta-feira (09/08), 9, os ônibus da Carris começaram a circular abastecidos com biodiesel, um combustível menos poluente. Para marcar a data, houve um abastecimento simbólico pela manhã, no posto localizado dentro da sede da Carris, com a presença de diretores da companhia e da Ipiranga, fornecedora do combustível.
O B2 (mistura de 2% do biocombustível ao diesel) impulsiona a frota de 335 veículos, que transportam 240 mil passageiros e percorrem 70 mil quilômetros em 4.511 viagens diárias. “O principal objetivo, com essa medida, é contribuir para o meio ambiente em Porto Alegre”, disse o diretor presidente da companhia, Antonio Lorenzi. Mensalmente, a Carris consome 1 milhão de litros de diesel. A mistura de 2% equivale a 20 mil litros de biodiesel.
A professora Jeane Dullius, da Faculdade de Química da PUCRS, calcula que a empresa de transporte coletivo da Prefeitura reduzirá a emissão de CO2, por queimar um combustível mais limpo, em 42 toneladas por mês. O dióxido de carbono (CO2) é um dos gases poluentes responsáveis pelo efeito estufa. Com a medida, a Carris se antecipa à obrigatoriedade de adicionar 2% de biocombustível, a partir de 2008, conforme prevê a Lei Federal 11.097/05.
Primeira empresa de transporte urbano do Estado a aderir, em 2005, ao Programa Gaúcho de Biodiesel, a Carris usará também, em fase experimental, os combustíveis B5 (mistura de 5% de biodiesel) e o B10 ainda neste segundo semestre, fornecidos pela Ipiranga. A idéia é abastecer a frota de pelo menos uma linha de ônibus com estas misturas, que não exigem modificações nos motores, durante um período de testes. De acordo com a lei nacional do biodiesel, a mistura de 5% passará a ser obrigatória a partir de 2013.
O que é o biodiesel
Derivado de óleos vegetais ou de gorduras animais, o biodiesel é renovável e biodegradável. É constituído de carbono neutro, ou seja, o gás carbônico gerado pela queima do biodiesel é reabsorvido pelas oleaginosas e, combinado com a energia solar, realimenta o ciclo, neutralizando suas emissões. Estudos mostram que o combustível ecológico reduz também as emissões do monóxido de carbono (CO), do material particulado (MP), do óxido de enxofre (SOx), dos hidrocarbonetos totais (HC) e de hidrocarbonetos tóxicos, que têm potencial cancerígeno. Além das vantagens para o meio ambiente, o biocombustível é considerado um ótimo lubrificante e pode aumentar a vida útil dos motores.
Cálculo do impacto ambiental
Mensalmente, a Carris consome 1 milhão de litros de diesel metropolitano. A mistura de 2% equivale a 20 mil litros de biodiesel. Os ganhos com a redução das emissões de CO2 podem ser estimados em cerca de 2,5 toneladas por tonelada de biodiesel. Mais leve que a água, o litro do biodiesel proveniente da soja pesa, em média, 0,85 quilo. Portanto, 20 mil litros de biodiesel pesam 17 toneladas, que multiplicadas por 2,5 significam 42 toneladas de redução das emissões de gás carbônico na atmosfera.
Óleo de cozinha
A preocupação da prefeitura com a qualidade de vida e do meio ambiente em Porto Alegre resultou em outra iniciativa relacionada ao biocombustível. Em junho, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam) assinou convênio com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) para produção de biodiesel a partir de óleo de fritura usado. Coordenado pela professora Jeane Dullius, da PUCRS, o projeto-piloto prevê a utilização do biodiesel nos carros que recolhem resíduos nas praças e parques. A matéria-prima utilizada é proveniente dos restaurantes da universidade.
(Ascom Prefeitura de Porto Alegre, 09/08/2007)