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petrobras
2007-08-10
O governo da Bolívia disse ontem (09/08), que lamenta que a Petrobras tenha um "pessimismo financeiro" com relação a seus investimentos no país e pediu que imitasse as empresas estatais da Venezuela e da Argentina.

- Lamentamos que as declarações de funcionários da Petrobras se associem a uma sorte de pessimismo financeiro sobre investimentos no país - disse o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana.

O ministro chegou em Tarija, nesta quinta-feira, para organizar a visita dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e Argentina, Néstor Kirchner, que chegarão somente hoje (10) a essa cidade, para selar vários acordos energéticos com seu colega da Bolívia, Evo Morales.

- O que vamos assinar amanhã (sexta-feira) com a Venezuela e com a Argentina deveria ser um incentivo para que mude a perspectiva que tem a Petrobras em relação a seus investimentos na Bolívia - acrescentou.

Quintana sustentou que o governo boliviano garantirá a Petrobras todos os seus investimentos "na medida em que sejam transparentes, favoreçam ao país e à política de combustíveis, mas também à própria rentabilidade da empresa brasileira.
O ministro enfatizou que a Petrobras deveria se converter em um sócio estratégico da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) como, a seu ver, acontece agora com a Petróleos de Venezuela (PDVSA) e a Enarsa da Argentina, com as quais serão assinados os acordos energéticos nesta sexta-feira.

A empresa brasileira foi uma das mais afetadas pela nacionalização decretada por Morales, em maio do ano passado, quando ficou decidido que o Estado assumiria o controle de duas refinarias, que finalmente foram transferidas em julho passado, através de um acordo de compra de US$ 112 milhões. A segund quota, de US$ 56 milhões, deve ser concretizda na próxima segunda-feira, dia 13, segundo fontes do setor.

Petrobras e outras onze empresas aceitaram firmar novos contratos de operação fixados segundo as regras de nacionalização do setor de petróleo, que as obriga apresentar seus planos de investimento sob a ameaça de rescisão de contrato.
Segundo Quintana, a Bolívia espera da Petrobras "mensagens convergentes de que é possível i, projeto de integração.

Após os avanços da nacionalização, a Bolívia se prepara para concretizar, nesta sexta-feira, os acordos com a Argentina e a Venezuela, projetos vinculados à industrialização dos combustíveis. Por um lado, Morales e Kirchner definirão a instalação de uma unidade separadora dos componentes ricos do gás natural exportado à Argentina, que será instalada no Chaco boliviano. A unidade será construída com um crédito argentino de US$ 450 milhões, com o propósito de desenvolver um complexo para produzir etanol, metanol e fertilizantes.

Por outro acordo, a sociedade entre a YPFB e a PDVSA prevê investimentos de mais de US$ 600 milhões em exploração e refino de combustíveis. Além disso, as duas empresas elétricas estatais da Venezuela e da Bolívia pretendem montar uma termoelétrica na zona cocaleira de Chapare, no centro do país, com um orçamento de US$ 70 milhões.

Segundo Quintana, desta forma, a Bolívia dá um dos passos mais importantes da política energética do governo, porque, finalmente, se materializarão os acordos para a industrialização do gás natural, uma das maiores riquezas da Bolívia, com um volume calculado em 48,7 bilhões de pés cúbicos.

(Agência EFE, 09/08/2007)

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