A área onde foi construída a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em Uruguaiana, região oeste do Estado, está contaminada. Na terça-feira, técnicos do Ministério Público e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) estiveram no local e foram categóricos: o prédio não pode ser ocupado enquanto os resíduos não forem retirados.
No terreno, doado pela prefeitura para a construção da sede, funcionou um curtume. O solo está contaminado com substâncias tóxicas. O campus tem 1.562,4 metros quadrados e três andares e foi construído a 60 metros de um aterro que contém resíduos de couro e substâncias químicas usadas no processo de curtimento. Cerca de 300 alunos deveriam ocupar as novas dependências, no bairro Luís Quevedo, até metade de setembro.
O curtume, administrado a partir da década de 70 até 2001 pela Azaléia Calçados, tinha um aterro para o depósito de resíduos de couro e lagoas para realizar o processo de decantação. O Ministério Público Estadual concluiu um inquérito para avaliar o caso. Conforme o promotor Cláudio Ari de Mello, de Uruguaiana, não houve acordo para a descontaminação do local.
- Como a Azaléia não aceita nenhum tipo de acordo, é pouco provável que os alunos consigam ocupar o prédio ainda este ano - explica Mello.
ContrapontosO que diz Clóvis Silva Lima, reitor da UFSM, gestora de cinco unidades da UnipampaA Unipampa não pode aceitar o terreno contaminado. Mas houve um acerto verbal com a prefeitura de que algo seria feito em relação aos resíduos. A universidade se propõe a ajudar."
José Francisco Sanchotene Felice (PSDB), prefeito de UruguaianaEsse processo aconteceu na administração anterior. Não nos sentimos responsabilizados por nada. Somos solidários com a universidade e tentaremos ajudar no que for possível para os alunos poderem ocupar o prédio novo."
Paulo Ricardo Santana, diretor de Marketing da AzaléiaAAzaléia não passou o local com passivo ambiental. A prefeitura recebeu a área em perfeito estado de conservação. Foi uma surpresa, porque a prefeitura assumira a responsabilidade dos bens."
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Zero Hora, 09/08/2007)