Estudantes da Fundação Bradesco participaram do plantio de 800 mudas de árvores na nascente do Igarapé Fundo, na região do bairro Nova Esperança, após a Prefeitura de Rio Branco fazer a remoção de ao menos 40 toneladas de lixo, que estavam dentro da fonte. A atividade, embora seja uma constante, ganhou caráter especial nesta terça-feira, 7, por se comemorar o Dia do Rio.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente convidou 90 estudantes, que compõem duas turmas de ensino fundamental, para participar do plantio. A participação deles é considerada fundamental, porque, além da grande maioria residir próxima à nascente, seus educadores podem trabalhar com temas transversais aos temas tradicionais da escola, estimulando-os para a conservação ambiental.
O Igarapé Fundo tem 6,8 quilômetros de extensão. Sua nascente principal, no entanto, vinha sendo degradada há duas décadas, quando os primeiros aglomerados urbanos se formaram no local. A água que vai percorrer o manancial brota entre as habitações e durante todo esse tempo serviu para depósito de esgoto e de entulho. Além dos estudantes da Fundação Bradesco, 15 reeducandos da colônia penal de Rio Branco e outra dezena de estudantes da faculdade Uninorte e das escolas municipais estaduais do entorno apóiam o programa de revitalização. "O grande mérito desse trabalho é de todos estes estudantes e dos moradores daqui que serão os responsáveis pela manutenção ecológica e ambiental da floresta ciliar. Estamos, neste momento, no processo de sensibilização humana e ambiental que por 20 anos passou sem atenção", afirma Claudemir Mesquita, do Departamento de Gestão e de Controle Ambiental, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
O programa de identificação e de recuperação de nascentes já revitalizou três pontos desde o ano passado. Foram duas nascentes no Igarapé São Francisco - sendo que a principal fica no quilômetro 40 da Estrada Transacreana - e uma que também abastece o Igarapé Fundo, no trecho próximo ao conjunto Manoel Julião. A idéia é manter a perenidade destas nascentes, com o plantio de árvores como pata de vaca, açaí, paricá e padeira, que asseguram a manutenção destas fontes. Conforme o secretário de Meio Ambiente, Arthur Leite, o município já formou cerca de 600 agentes ambientais pela cidade. "Esse trabalho é contínuo. Vai prosseguir até o final desta gestão, mas precisa ser continuado pela própria comunidade", destaca.
Educação com consciência ambiental é cidadaniaLudimila Pereira de Lima, de 12 anos, da 8ª série, afirma que este trabalho enriquece o sentimento que todos os estudantes devem ter por um mundo melhor. "Vemos tantas pessoas falar de preservação, mas tão poucos fazendo algo na prática. Por isso, estamos dando a nossa parcela aqui, deixando o blablablá para agir de verdade", diz ela. Érika Medeiros, de 13 anos, também estudante da 8ª série, destaca que ações como estas "servem para mostrar a quem pensa em jogar lixo onde não deve, que a preservação é uma necessidade urgente".
O diretor da Fundação Bradesco no Acre, Marcondes Montysuma, afirma que a sua instituição vem buscando parcerias com os órgãos públicos para melhorar a qualidade de vida dos alunos da fundação e da população de um modo geral. "Esta também é uma forma de trazer para a vida cotidiana os conteúdos ensinados em sala de aula", ressalta o educador.
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A Tribuna, 08/08/2007)