Mais um grupo internacional está interessado em investir no Rio Grande do Norte. Os diretores da empresa australiana Pacific Hydro apresentaram na segunda-feira à governadora Wilma de Faria, um projeto para implantação de uma usina de energia eólica em território potiguar. O empreendimento, que vai demandar recursos da ordem de R$ 1,5 bilhão e gerar cerca de 1.500 empregos na fase de construção, pretende gerar 370 megawatts de energia elétrica, potência suficiente para iluminar 312 mil residências.
De acordo com o diretor da empresa, Ralf Kynast, a idéia é produzir inicialmente 153 megawatts de energia elétrica até chegar aos 370 megawatts. “O Rio Grande do Norte está no topo de nossas prioridades por estar numa região onde os ventos são os mais propícios para instalação de usinas eólicas e pela infra-estrutura que o estado já dispõe”, afirma o diretor. Segundo ele, a construção da usina depende apenas da abertura de leilão pelo Ministério das Minas e Energia.
Durante a audiência, a governadora Wilma de Faria disse que o Governo do Estado dará todo apoio possível para que o grupo possa se instalar no Rio Grande do Norte e que o aumento da produção é importante para tornar o Estado auto-suficiente na geração de energia elétrica. Ela informou ainda que vai pedir apoio ao governo do Ceará, de modo que juntos possam sensibilizar o Ministério das Minas e Energia para que seja acelerado o processo de abertura do leilão voltado para a concessão de novas áreas para produção de energia alternativa.
Segundo o secretário extraordinário da Secretaria Especial de Energia, Tibúrcio Batista, o consumo energético do Rio Grande do Norte é de aproximadamente 600 megawatts. Como não produz este volume, o Estado precisa importar parte da energia consumida. “Este quadro deve mudar com a implantação do Parque Eólico de Rio de Fogo, que já produz 49,3 megawatts, dos dois parques eólicos de Guamaré, que juntos vão gerar outros 151 megawatts, e da usina termelétrica Termoaçu, que vai gerar 310 megawatts, além de projetos como este anunciado pelo grupo australiano. Com isso caminhamos para a auto-suficiência na geração de energia elétrica”, destaca
Batista.
Segundo o secretário, diversas empresas já demonstraram interesse em investir na matriz energética do estado e juntas possuem projetos para gerar cerca de 2.700 megawatts de energia, ou seja, o quádruplo da necessidade local, o que faria com que o Rio Grande do Norte passasse da condição de importador para exportador de energia elétrica.
(Diário de Natal, 08/09/2007)