Um total de 1.279 pessoas morreram e 239 estão ainda desaparecidas em consequência de desastres naturais nos primeiros sete meses de 2007, refere a imprensa oficial chinesa. Os desastres naturais que ocorreram na China entre Janeiro e Julho deste ano afectaram 280 milhões de pessoas, com mais de seis milhões desalojados e perdas económicas no valor de 14.490 milhões de dólares (10.538 milhões de euros), de acordo com o Ministério chinês dos Assuntos Civis.
As estatísticas que o China Daily agrupa na edição de quarta (08/08) mostram que só em Julho morreram 712 pessoas e 163 continuam desaparecidas, devido às fortes chuvas que inundaram várias zonas do país, causando enormes estragos materiais. Na província de leste de Fujian, mais de 20 mil pessoas foram deslocadas para lugares seguros enquanto esperam a chegada da tempestade tropical «Pabuk», que terça-feira, na sua passagem pela ilha de Taiwan, provocou ventos até 108 quilómetros por hora.
As autoridades locais enviaram mais de 1,7 milhões de mensagens de texto para os telemóveis dos residentes, mantendo-os assim informados sobre a passagem da tempestade, afirma a agência de notícias chinesa. No ano passado, mais de mil pessoas perderam a vida na China, devido a tempestades tropicais e tufões, como o «Bilis» e «Saomai», que passaram pelo país. Enquanto as cheias continuam a fornecer imagens dramáticas que passam na televisão e enchem as páginas dos jornais, outras regiões do país vivem um período de seca extrema.
Na província de Hunan, no sul da China, mais de 1,45 milhões de pessoas sofrem com a prolongada seca, que deixou ainda 700 mil cabeças de gado e um milhão de hectares de campos de cultivo sem água potável. Segunda a agência estatal que controla os números que provocam secas e inundações, a seca deixou 7,53 milhões de pessoas sem água suficiente, especialmente no leste, sul e noroeste do país asiático. Todos os anos, as chuvas de Verão provocam cheias e destruição no sul da China, causando centenas de mortos e perdas económicas.
O efeito das chuvas e dos desabamentos é pior a cada ano, em consequência de diversas décadas de agricultura intensiva e do abate de milhares de árvores, cujas raízes retêm as terras e protegem as povoações dos vales do aluimento de desabamento de terra e lamas. Diversos sistemas de represas protegem das cheias os principais centros urbanos das províncias, mas as cidades mais pequenas, em especial nas áreas montanhosas, sofrem a cada ano cheias repentinas.
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Diário Digital / Lusa, 08/08/2007)