Os danos ambientais causados pelas sacolas plásticas produzidas a partir de petróleo podem estar com os dias contados no Rio Grande do Sul. Tramita na Assembléia Legislativa o projeto de lei do deputado Adroaldo Loureiro (PDT) que obriga estabelecimentos comerciais a utilizar embalagens plásticas biodegradáveis, elaboradas com dióxido de carbono (CO2) água e biomassa. O resultado seria um produto menos tóxico e com tempo de deterioração inferior às sacolas usadas atualmente, que levam de 100 a 300 anos para se decompor no meio ambiente.
De acordo com a proposta, os estabelecimentos terão prazo de até três anos, a contar da publicação da lei, para substituir as atuais sacolas plásticas, consideradas por especialistas como extremamente danosas ao meio ambiente, pois poluem rios e lagoas. O material também ocasiona entupimento de tubulações. Quando jogadas em aterros, demoram anos para se decompor, provocando gases que colaboram para o aquecimento global e impedem a decomposição dos demais materiais.
Loureiro observa que em alguns estados brasileiros e em outros países já existem propostas semelhantes. "Não propomos a punição do consumidor, mas a adoção de tecnologias que já estão ao nosso alcance e que podem ajudar na preservação do meio ambiente", justifica o deputado.
Apesar da questão ambiental, o assunto ainda é polêmico. No mês passado, tanto o governo estadual de São Paulo como a prefeitura da capital daquele estado vetaram projetos de lei que obrigavam o uso de embalagens plásticas biodegradáveis. A Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos concorda com essas posições. A instituição defende que a melhor solução para a preservação do meio ambiente é a coleta seletiva e reciclagem (mecânica e energética) do material pós-consumo.
"O papel da entidade é fornecer subsídios à sociedade no enriquecimento das discussões sobre o assunto", afirma o presidente da Plastivida, Francisco de Assis Esmeraldo. A Plastivida salienta que não se pode ignorar que os plásticos possuem elevado conteúdo energético (superior ao da gasolina e equivalente ao do óleo diesel), portanto, degradá-los seria desperdiçar uma importante fonte de energia.
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JC-RS, 08/08/2007)