A chegada de três novas indústrias de papel e celulose ao Rio Grande do Sul (Aracruz, que já confirmou investimentos, Votorantin e Stora Enso, que ainda avaliam seus aportes) poderá mais do que dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) da cadeia do papel e assemelhados no Estado. De acordo com Júlio André Ruas Tedesco, presidente do Sindicato das Indústrias do Papel, Papelão e Cortiça do Rio Grande do Sul (Sinpasul), a soma das riquezas produzidas pelo setor passará dos atuais R$ 3,5 bilhões para R$ 8 bilhões com a atividade das unidades industriais. "Os números mostram a importância da chegada dessas empresas ao Estado, que poderão movimentar toda a cadeia", disse ele ontem, antes de ser empossado no cargo.
Ele prevê a criação de 100 mil empregos em setores ligados à madeira e atividades paralelas. Seriam vagas em organizações que trabalham com resíduos da madeira, por exemplo, que poderá se tornar uma fonte importante de etanol nos próximos anos. Nos Estados Unidos já há uma empresa com tecnologia para atuar no setor. Também possibilitaria a produção de madeira dentro do Estado, uma vez que hoje o insumo é importado pelas moveleiras gaúchas. "O Rio Grande do Sul poderá ser um grande pólo madeireiro, a exemplo do que já acontece com São Paulo e Santa Catarina", disse ele.
Além desses empregos, seriam criadas outras 100 mil vagas diretas e indiretas na cadeia produtiva do papel e celulose, totalizando 200 mil vagas. A cadeia produtiva de base florestal poderá ser triplicada em três anos caso os aportes se confirmem, diz Tedesco. Ele explica que, durante os sete anos de maturação das fábricas, novas empresas teriam tempo de investir no Estado e as que já estão em atividade deverão ampliar sua linha de produção para fazer mais negócios.
A entidade entende que a atividade das papeleiras e o reflorestamento não causarão impactos negativos no meio ambiente. Primeiro, porque os empreendimentos estarão entre as mais modernas do mundo, e, segundo, porque usará menos matéria-prima para produzir.
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JC-RS, 08/08/2007)