O aparecimento de milhares de peixes mortos em dois pontos do Litoral Sul alarmou especialistas. Nas praias do Mar Grosso, em São José do Norte, e do Cassino, em Rio Grande, diferentes espécies têm se acumulado na orla marítima nos últimos dias.
A maior quantidade foi percebida no final da tarde de segunda-feira, na Praia do Mar Grosso. Espalhados ao longo de 12 quilômetros, bagres, corvinas, castanhos, tainhas e marias-moles, com tamanho inferior a 10 centímetros, tomaram a orla. No Cassino, a espécie mais vista é o peixe-porco, de pouco valor comercial e incomum nesta época do ano.
As causas da mortandade parecem ser distintas. Em São José do Norte, a principal hipótese é o descarte por parte dos barcos pesqueiros que atuam na região. Conforme o chefe do escritório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Rio Grande, Sandro Klippel, os peixes, por serem muito pequenos, podem ter sido descartados por pescadores.
Em Rio Grande, causas naturais podem ter provocado a morte de cerca de um milhão de peixes-porco. O número foi calculado por profissionais da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), que fizeram um levantamento na faixa de 16 quilômetros ao sul da praia do Cassino, na semana passada. Por se tratar de uma única espécie e de terem sido avistados alguns peixes agonizantes, calcula-se que a baixa temperatura da água possa ter colaborado para a mortandade.
- Um milhão é muito, mas não é nenhum absurdo. Causas relativas à poluição parecem descartadas, pois dificilmente atingem uma única espécie - explicou o oceanólogo João Vieira.
(Por Rodrigo Santos,
Zero Hora, 08/08/2007)