Sob a coordenação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) serão realizadas de hoje a 10 de agosto, nos municípios de Curionópolis, Parauapebas e Marabá, as audiências públicas para apresentar e discutir o Projeto Serra Leste, de responsabilidade da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Já no dia 16 a audiência será realizada em Belém.
O projeto prevê a exploração de minério de ferro em uma nova jazida na Província Mineral Carajás. A mina de ferro está localizada no município de Curionópolis, distrito de Serra Pelada, a 550 km a sudoeste de Belém.
O Projeto Serra Leste é a continuidade de uma lavra experimental de minério de ferro que passou por testes de resistência, realizado em fornos guseiros durante um ano. De acordo com o empreendedor, os testes demonstraram viabilidade econômica da área, e agora busca o licenciamento para exploração em escala.
O licenciamento pleiteado engloba a Etapa I, que prevê o desenvolvimento de uma lavra com capacidade de produção de 29 milhões de toneladas de minério de ferro (hematita dura). Compõe ainda a estrutura desta fase uma estrada de 29km para escoamento da produção da mina até o ramal ferroviário; o pátio de embarque do minério e duas linhas ferroviárias que serão conectadas à Estrada de Ferro Carajás.
De acordo com o Rima, o Projeto Serra Leste vai ampliar o fornecimento de granulado no mercado mundial. Se licenciada, no pico da obra vai gerar cerca de 600 empregos diretos e 351 diretos na etapa de operação.
A vida útil da mina de Serra Leste, de acordo com o Rima, será de 14,5 anos, com previsão de produção de dois milhões de toneladas/ano de minérios de ferro que será processado na forma de granulados e finos.
Os estudos ambientais e sociais realizados identificaram como impactos negativos a fuga da fauna silvestre; a pressão sobre a fauna e flora decorrente da fragmentação de habitat; a pressão sobre os equipamentos e serviços públicos de saúde e educação; a sobrecarga no sistema viário e outros.
Como impactos positivos, o Rima aponta a redução na taxa de desemprego; o aumento de renda das famílias e do poder aquisitivo da população; geração de oportunidade e novos negócios, dentre outros.
Breve histórico - A Província Mineral de Carajás possui importantes depósitos minerários com destaque para o ouro, ferro, cobre e manganês. As pesquisas geológicas na região se iniciaram nas décadas de 20 e 30 e forma impulsionadas na década de 50 pelo então Departamento Nacional de Produção.
Na década de 70, a CVRD, sob o domínio estatal, por meio de sua subsidiada Docegeo desenvolveu uma série de pesquisas confirmando o grande potencial mineral da região de Carajás, um dos maiores do mundo.
Cronograma das audiências públicas do Projeto Serra Leste:
Dia 8 – Curinópolis
Dia 9 – Paraupebas
Dia 10 – Marabá
Dia 16 - Belém
(Por Ivonete Motta,
Agência Pará, 07/08/2007)