O governador do Amazonas, Eduardo Braga, está negociando com o Grupo Marriot uma parceria inédita. A idéia é que o grupo 'adote' uma das áreas de conservação do Estado para ajudar na sua preservação. Como? Por meio da criação de um fundo de investimentos, cujo funding viria de uma doação voluntária de US$ 1,00 de cada hóspede de sua gigantesca cadeia internacional de hotéis. 'Pelas nossas contas, poderemos arrecadar algo como US$ 50 milhões, que serão aplicados e geridos no incentivo ao não desmatamento nesta unidade específica, de forma significativa', contou ontem Braga, em visita ao jornal Estado. Em que pé estão as conversas? 'Tivemos a informação de que o board do grupo aprovou a idéia', afirma Braga, tendo o cuidado de não comemorar ainda: 'Só farei isto depois de assinarmos o contrato', avisa, cauteloso.
A fórmula, no entanto, é inédita e, se der certo, poderá ser multiplicada. O que o Marriot ganha em troca? 'Com a preocupação global hoje pela preservação da floresta amazônica, terá sua imagem atrelada a um projeto desejado e aplaudido', explica o governador, que, para surpresa de muitos, informa que a floresta amazônica, hoje, está 98% preservada. Mostrando um mapa do Inpi, Braga observa que a maior parte do desmatamento das florestas da região se deu no Pará e em Rondônia. No Pará, por exemplo, um terço do território já foi desmatado. 'A preservação da Amazônia deve muito à implantação da Zona Franca de Manaus, que impulsionou o desenvolvimento sustentável do Estado', destacou o governador. De 2003 a 2005, novamente segundo dados do Inpi, o desmatamento da Amazônia diminuiu 53%, enquanto o Estado cresceu, em média, 12%, ou três vezes mais que a média nacional.
(Por Sonia Racy,
O Estado de S.Paulo, 08/08/2007)