O gramado em frente ao Congresso amanheceu ontem (07/08) com árvores de papel fincadas, em protesto contra o desmatamento da Amazônia. A manifestação é organizada pelo professor de Física Flávio Daniel Meireles de Oliveira, 33 anos. Ele também iniciou uma greve de fome, "até que o governo federal declare em rede nacional de televisão os números oficiais do desmatamento e das queimadas na Floresta Amazônica nos últimos dez anos".
Além das árvores, faixas estendidas no gramado informavam que "Se a árvore votasse muitos não se elegeriam", ou "Não deixem enterrar a Amazônia", ou "Homenagem à irmã Dorothy" - missionária norte-americana assassinada em 2005 no Pará, por combater atividades agressivas ao meio ambiente.
Oliveira, que coordena a manifestação, destacou que não tem vínculo político religioso, corporativo ou publicitário com nenhuma instituição. Ele disse que ministrou palestras sobre aquecimento global para mais de 26 mil estudantes de escolas pública, mas que concluiu que não seria dessa forma que conseguiria conscientizar as pessoas. Daí porque iniciou a greve de fome.
Ele montou uma barraca no gramado e disse que vai passar os dias e as noites ali, apenas bebendo água. Além disso, ele levou um caixão para simbolizar o enterro da Amazônia.
Oliveira também pede fiscalização rigorosa do cumprimento das medidas de proteção ambiental, penalização dos infratores e realização de campanhas educativas nas escolas públicas e particulares sobre ecologia e proteção ambiental, entre outros temas.
Durante o protesto, ele pretende recolher mais assinaturas para um abaixo-assinado a ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Oliveira, o documento já conta com 2 mil assinaturas.
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Agência Brasil, 07/08/2007)