"A grande tradição nicaragüense de cultivo da cana-de-açúcar e de oleaginosas tropicais fazem deste país um forte candidato para liderar esta iniciativa pioneira na América Central", diz artigo assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no jornal La Prensa, da Nicarágua, nesta quarta-feira, referindo-se ao desenvolvimento de biocombustíveis. "Os biocombustíveis podem ocupar um lugar importante em uma estratégia global de desenvolvimento e de preservação do meio ambiente", diz o artigo, divulgado no momento em que o presidente visita o país.
"Por isso, o governo brasileiro e nossos empresários ofereceram cooperação e tecnologia a todos os nossos aliados. Temos buscado alianças triangulares com países desenvolvidos, para aumentar o fluxo de recursos para novos projetos na América Central e no Caribe." O artigo diz que "os programas de combustíveis renováveis, como o etanol e o biodiesel, oferecem uma alternativa energética verdadeiramente revolucionária".
E, entre as vantagens enumeradas no texto, estão "garantia de segurança energética e alimentar, com amplos benefícios econômicos, sociais e ambientais". "A indústria do etanol já criou diretamente 1,5 milhão e indiretamente 4,5 milhões de postos de trabalho no Brasil." "A expansão da cana também contribuiu para recuperar áreas de pastagens degradadas, de baixo ou nenhum potencial agrícola."
Pobreza
No artigo, também é lembrada a luta dos dois países para o combate à pobreza. "É do que nossos países necessitam: medidas concretas que ajudem a eliminar a opressão da fome e da pobreza, das imensas desigualdades e da falta de horizontes. Dando esperanças de uma vida melhor a nossas populações, estaremos honrando a memória de homens como Sandino, Carlos Fonseca Amador e tantos outros que deram sua vida pela liberdade e pela igualdade."
A proximidade ideológica de Lula com o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, também é lembrada no La Prensa. "Todos sabem da grande estima que tenho por meu amigo Daniel Ortega, com quem há mais de 20 anos compartilho lutas e ideais." "A decisão brasileira de perdoar a dívida bilateral da Nicarágua deve ser vista como expressão de solidariedade, mas também como crédito de confiança."
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BBC, 08/08/2007)