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plano diretor de porto alegre
2007-08-08

A ampliação da pista de pouso do Aeroporto Internacional Salgado Filho obedecendo a um deslocamento da cabeceira da pista no sentido esquerdo (fugindo dos bairros), ou com a operação de cargas em nova pista nas proximidades da freeway, ou ainda a utilização da pista de pouso de Eldorado do Sul. Essas três alternativas, que alteram o atual projeto de ampliação da pista do Salgado Filho, foram apresentadas nesta terça-feira (07/08) pelo representante da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Lindóia (Amal), Daniel Kieling, durante Audiência Pública realizada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre.

A audiência teve por objetivo debater os impactos socioambientais que poderão ser causados pela ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho. Também integram o movimento pela modificação do projeto moradores de diversos bairros da Zona Norte de Porto Alegre, como Navegantes e São João, localizados nas proximidades do Aeroporto. Os moradores reivindicam ainda a paralisação das atividades de pouso e decolagens no horário entre as 23h e as 7h, a não-instalação de área de testes de turbinas em área residencial e a revisão do projeto de ampliação da pista, que deverá aumentar em 920 metros, passando dos atuais 2.280 metros para 3.200 metros. 

Coordenando a reunião, o presidente da Cosmam, vereador Dr. Raul (PMDB), disse que será encaminhada a formação de um grupo de trabalho que, num prazo de 30 dias, deverá formular uma proposta sobre o assunto. O grupo deverá ser formado por representantes do Executivo, Legislativo, moradores da Zona Norte e das Vilas Dique e Nazaré, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Infraero e Aeronáutica. 

"Não há crescimento econômico que compense a qualidade de vida", ressaltou Kieling. Ele elencou problemas vividos pelos moradores da Zona Norte tais como poluição sonora e atmosférica muito acima dos níveis permitidos, os riscos iminentes de acidentes, os problemas decorrentes do lixão irregular na Vila Nazaré, localizada nas proximidades da cabeceira da pista e o risco de choque de pássaros com os aviões. Segundo Kieling, cerca de 150 mil pessoas residem na rota das aeronaves que decolam no Salgado Filho. "A cabeceira leste da pista não tem luzes de aproximação. Além disso, há a possibilidade de furto de equipamentos de auxílio a pousos. É um contra-senso que se aceite ampliar o Aeroporto em direção para onde a cidade cresce." 

A presidente da Associação de Moradores da Vila Dique, Enedina Espíndola, disse temer que a ampliação do Aeroporto retarde ainda mais a remoção das famílias das Vilas Dique e Nazaré. "Quantos anos mais teremos de esperar pela remoção?", questionou. Ela lamentou que o movimento dos moradores da Zona Norte nunca tenha procurado os moradores das duas vilas para conversar. "Não se deve usar desgraça e sofrimento dos outros para conseguir alcançar os objetivos. Pensem nas famílias pobres e carentes, que são olhadas apenas como foco de lixo." O diretor do Departamento Municipal de Habitação, Nelcir Tessaro, garantiu que a remoção das famílias será feita independentemente da ampliação da pista. 

O presidente da Associação de Moradores do Bairro São João, Antônio Vigne, defendeu que a área da antiga Corlac, localizada nas proximidades da Terceira Perimetral e que possui encanamento do Departamento Municipal de Águas e Esgoto (Dmae), seja utilizada pelo Corpo de Bombeiros. "Em caso de acidentes no Salgado Filho, bombeiros chegariam em cinco minutos ao local." Vigne também destacou que, com a ampliação, os bombeiros não teriam condições de atender aviões de médio e grande portes. "Ninguém quer fechar o Salgado Filho, queremos apenas prevenir acidentes. Há um ano e meio pedimos audiência com o prefeito". 

O superintendente da Infraero, Marco Aurélio Franceschi, lembrou que o projeto de ampliação é antigo e garante total segurança à comunidade. "A ampliação é imprescindível, pois há 70% de limitação no transporte de carga, o que faz com que produtos cheguem mais caros ao exterior." Segundo ele, a cabeceira 29, onde será ampliada a pista, ficará a 360 metros da Vila Dique e a 700 metros do hipermercado Big, após a ampliação. "A distância mínima exigida é de 90 metros." 

Crítico ao movimento, o vereador Guilherme Barbosa (PT) acusou Kieling de fazer "discurso de candidato a vereador e uma apresentação político-partidária", o que, segundo ele, faz o movimento perder credibilidade. "Nunca vi movimento em prol da vida das pessoas da vilas Dique e Nazaré." Ele informou, no entanto, que fará pedido de providencias para que cessem os vôos de cargas no período entre as 23 horas e as 7 horas no Aeroporto. O vereador Carlos Comassetto (PT) disse estranhar que o movimento de moradores não tenha enviado representantes durante as audiências públicas realizadas pela Câmara Municipal em 2005, quando foram discutidas a ampliação da pista e a remoção das famílias. "A ampliação significa desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul." O vereador propôs que a construção de novo aeroporto seja tratado sem prejuízo à remoção das famílias das vilas e à ampliação do Salgado Filho. 

Além de vereadores e moradores, também estavam presentes à audiência os secretários municipais do Planejamento, José Fortunati, e do Meio Ambiente, Beto Moesch, e o chefe da Divisão de Infra-Estrutura da Anac, coronel André Ficht, entre outras autoridades 

(Por Carlos Scomazzon, Ascom CMPA, 07/08/2007)

 


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