(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
conservação da biodiversidade extinção de espécies
2007-08-07
Livro recém-lançado pela Conservation International e site trazem informações atualizadas sobre a perda de biodiversidade do planeta e as áreas prioritárias para conservação.

A discussão em torno das questões ambientais cada vez mais tem tomado as páginas dos jornais e revistas e os horários de rádio e televisão. Temas como aquecimento global, redução da emissão de gases estufa e impacto ambiental decorrente da construção de usinas hidrelétricas vêm ganhando espaço na mídia.

Mas, infelizmente, uma das questões pouco divulgadas é a perda da biodiversidade mundial e informações em torno desse tema. Basta visualizar uma imagem de satélite que não seja de regiões legalmente protegidas ou áreas remotas para perceber ambientes literalmente recortados por cidades, estradas, lavouras e pastagens.

Diante dessa realidade, as publicações científicas trazem, quase de forma unânime, a destruição e fragmentação dos biomas como a atual principal causa da perda de biodiversidade que, segundo estimativas, poderá alcançar a desastrosa marca de 40% neste século (Rylands, A. B., et al., 2004).

Apesar da falta de divulgação do tema pelas mídias mais populares, as informações encontram-se disponíveis para o público geral principalmente por meio da Internet. A fundação Conservation International publicou há pouco tempo o livro “Hotspots de Biodiversidade Revisados” e o site www.biodiversityhotspots.org, onde divulga informações sobre a biodiversidade do planeta e áreas prioritárias para a conservação da mesma.

A seleção dessas áreas leva em consideração critérios como: Diversidade de espécies, endemismo e grau de ameaça do ecossistema (Myers, N., et al., 2000). As publicações identificam atualmente 34 “áreas-chave” para a conservação da biodiversidade mundial e é crescente o número de regiões que se enquadram dentro dos critérios.

Essas 34 áreas (em vermelho, no mapa) possuem menos de 25% de sua cobertura original, cerca de 75% das espécies em via de extinção e cobrem cerca de 2,3% da superfície da Terra (Originalmente cobriam 11,8%). Dois biomas brasileiros fazem parte desta listagem: A Mata Atlântica e o Cerrado (Conservation International, 2005).

Com relação aos biomas brasileiros, a Mata Atlântica possui atualmente cerca de 7,5% de área remanescente em relação a sua cobertura original. É um bioma que concentra esforços para sua conservação por altíssimo grau de endemismo de espécies, tanto vegetais quanto animais, e ameaças aos ecossistemas provenientes principalmente da agricultura, pecuária e exploração ilegal de madeira (Câmara, I. de G., 2003).

Desde o início da exploração do Pau-Brasil (Caesalpinia echinata) a partir de 1559, a Mata Atlântica brasileira vem sofrendo com a ação humana. Sucederam-se após as culturas de cana-de-açúcar, café e cacau outras formas de agricultura intensiva que levaram às queimadas generalizadas dos ambientes.

O Cerrado brasileiro evidencia uma situação pouco menos desastrosa que a Mata Atlântica, porém não menos preocupante. Sua área remanescente é 20% de sua cobertura original, mas, apenas 1,2% delas estão incluídas em áreas protegidas (Silva & Bates, 2002). Ocupa o 11º lugar entre os 34 “hotspots” com relação ao grau de ameaça e seu histórico de destruição agravou-se no século passado, com a abertura de novas fronteiras agrícolas e a forte vocação do bioma para se tornar pastagens.

Diante desses dados alarmantes fica a pergunta: Afinal, qual é a melhor estratégia para a conservação? Proteger grandes extensões da paisagem ou pequenas áreas-chave que concentram maior biodiversidade? A questão é muito mais complexa que se imagina e divide opiniões da comunidade científica.

Provavelmente uma mescla dos dois fatores, aliada ao investimento em pesquisa e educação, divulgação de informação e a criação de áreas protegidas dentro dos “hotspots” seja a solução mais plausível para salvar a mega-diversidade do nosso planeta.

Referências:
Câmara, I. de G. 2003. Brief history of conservation in the Atlantic Forest. In C. Galindo-Leal & I. de G. Camara. (Eds.), The Atlantic Forest of South America: Biodiversity Status, Threats and Outlook. pp. 31-42. Washington, DC.: Island Press.

Conservation International. “Hotspots de biodiversidade revisados: As regiões biologicamente mais ricas do planeta”. CI Publishing, 2005.

Myers, N., Mittermeier, R.A., Mittermeier, C.G., da Fonseca, G.A.B. & Kent, J. 2000. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature 403: 853-858.

Rylands, A. B., da Fonseca, M.T., Machado, R.B. & Cavalcanti, R.B. 2004. Brazil. In M. Spalding, S. Chape & M. Jenkins. (Eds.), The State of the World’s Protected Areas. Cambridge, UK. United Nations Environment Programme and World Conservation Monitoring Centre. In press.

Silva, J.M.C. & Bates, J. M. 2002. Biogeographic patterns and conservation in the South American Cerrado: A tropical savanna hotspot. Bioscience 52: 225-233.

Por Lucas Gonçalves da Silva*, EcoAgencia, 03/08/2007)
*O autor é biólogo e pesquisador do Laboratório de Geoprocessamento da PUC-RS.

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -