Empresas e entidades lançam em Brasília pacto em defesa do clima
impactos mudança climática br
2007-08-07
Em uma iniciativa inédita no país, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a Aracruz Celulose e outras empresas associadas, em conjunto com entidades ambientalistas, lançaram esse ano em São Paulo, o Pacto de Ação em Defesa do Clima. O objetivo do pacto é mobilizar a sociedade brasileira para reduzir os níveis de emissões de gases de efeito estufa no país e contribuir para o cumprimento das metas da Convenção Mundial do Clima, segundo a qual a elevação da temperatura média do planeta não poderá ultrapassar 2º C até 2100. Na próxima quarta feira, dia 08 de agosto, um encontro com cerca de 50 deputados federais em Brasília vai apresentar e discutir os pontos mais relevantes do Pacto de Ação em Defesa do Clima.
O pacto representa a primeira ação concreta no país após a divulgação do inventário do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Entre as dez propostas de ações práticas contidas no documento, os signatários assumem o compromisso público de trabalhar para deter o desmatamento de florestas, estimular a incorporação de fontes limpas e renováveis na matriz brasileira, entre outras propostas. O pacto propõe uma política de metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e reivindicam mais espaço nos fóruns de discussão sobre a política nacional, como, por exemplo, na Comissão Interministerial de Mudanças do Clima, cuja composição hoje está limitada ao setor governamental.
Além da Aracruz, assinam o documento as empresas Petrobras, Alcoa e Votorantim e as ONGÂ’s Greenpeace, WWF e a TNC, três das mais importantes instituições ambientalistas do mundo. O documento adverte que caso medidas drásticas não sejam tomadas urgentemente para reduzir os níveis de emissões de gases de efeito estufa, “furacões, secas e inundações se intensificarão, pondo em risco o futuro dos recursos naturais, dos negócios e de nossa própria sobrevivência”.
De acordo com o documento, o Brasil tem o privilégio de possuir uma matriz de geração de energia limpa, ao contrário da maioria dos países ricos e emergentes, que utilizam em escala extremamente alta os combustíveis fósseis, maiores indutores do aquecimento pelo CO2. Contudo, o país é o quarto maior emissor de gases do efeito estufa no planeta, tento como principal indutor - cerca de 75% - o uso e ocupação do solo, e fundamentalmente o desmatamento da Amazônia.
(Por Mariella Taniguchi e Anna Martha Silveira, Maki Comunicação, texto recebido por E-mail, 06/08/2007)