Mais de 20 mil pessoas fizeram doações na primeira semana de campanha do site da ONG Cool Earth, que promete proteger e comprar terras na Amazônia. A iniciativa foi lançada no inicio do mês de junho com apoio de várias personalidades e entidades ambientalistas britânicas.
O valor total das doações realizadas não foi revelado pelos representantes do projeto. Segundo eles, doadores de maior porte fizeram aportes diretos, sem entrar no site, que ainda estão sendo contabilizados.
O projeto propõe que os doadores patrocinem, por 35 libras (cerca de R$ 140), meio acre de terra - o equivalente 2 mil m² de mata -, embora seja possível fazer doações menores.
ManutençãoDe acordo Mathew Owen, diretor da ONG, o dinheiro arrecadado tem dois destinos. O primeiro é investir na preservação de florestas que já estão protegidas ou que já são de propriedade da entidade ou de parceiros. Um segundo destino da receita é a compra de terras.
Segundo a Cool Earth, o objetivo principal é evitar a derrubada da vegetação e, com isso, a liberação de toneladas de CO2 na atmosfera - segundo o próprio projeto, cada acre de floresta queimado libera até 26 toneladas de CO2.
Os representantes da campanha acreditam ser preciso convencer as comunidades nas "regiões em risco" que é melhor preservar a floresta do que destruí-la.
"O que realmente estamos tentando fazer é simplesmente criar um mecanismos para a geração de recursos e colocar esse dinheiro nas mãos das comunidades nas florestas tropicais para assegurar que eles consigam um melhor nível de vida mantendo a floresta de pé", disse Owen.
A Cool Eath afirma que colocará todas as propriedades compradas no nome de instituições locais e que irá apenas administrar as propriedades por um sistema de arrendamento por um período inicial de dez anos.
15 mil acresOs integrantes do Cool Earth afirmam estar conscientes dessas dificuldades. Um dos idealizadores da campanha é o milionário sueco Johan Eliasch, que em 2005 comprou uma área de cerca de 160 mil hectares na Amazônia para preservação e foi alvo de muitas críticas.
Mathew Owen, da ONG, disse que as terras do milionário sueco não estão incluídas no projeto e que o foco principal no Brasil não é comprar terras novas, mas principalmente ajudar as comunidades a preservá-las.
"Nosso principal objetivo é investir na manutenção", afirmou Owen. Segundo ele, cerca de 10% dos recursos arrecadados devem ser gastos em administração e 30% em compra de novas terras. "O restante (os outros 60%) será investido nas comunidades locais".
A ONG afirma que detém - diretamente ou por meio de parceiros - 5 mil acres no Brasil (o equivalente a 2 mil hectares) e que pode comprar mais 15 mil acres (8 mil hectares) no prazo de um ano.
(Por Denize Bacoccina e Edson Porto,
Rondonoticias, 05/08/2007)