O presidente Lula afirmou ontem (6) em seu programa semanal de rádio que vai "fazer deste país um verdadeiro canteiro de obras". A promessa faz parte da segunda rodada de lançamentos do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento). Depois de saneamento e habitação, a próxima fase do programa será a de infra-estrutura na área de transportes.
"Quando eu voltar dessa viagem pela América Central [no sábado], nós vamos começar a anunciar as obras de infra-estrutura, no que diz respeito às estradas, às ferrovias, a gasodutos, a portos, a aeroportos, a tudo", disse o presidente. "Nós vamos fazer deste país um verdadeiro canteiro de obras."
O PAC prevê investimentos de R$ 503,9 bilhões ao longo do segundo mandato petista. Os dados do primeiro semestre mostram que o governo terminará o ano longe de cumprir as promessas de investimento do PAC -o que ajuda a entender por que o presidente já anuncia reciclagem das obras e cifras.
Nos primeiros seis meses do ano foram investidos apenas R$ 5,7 bilhões, ou 1,9% da receita da União, numa indicação de que esse tipo de gasto, apesar do marketing em torno do PAC, ainda se mantém no fim da fila das prioridades do Estado.
Metade do ano já se foi, e o governo só conseguiu gastar o equivalente a um quinto do total autorizado no Orçamento. Nas obras do pacote oficial, o índice de execução foi ainda menor, de 13,8%.
Ao contrário do que ocorria no governo FHC e no início da administração petista, a timidez dos investimentos não decorre de um controle de gastos para deter a escalada da dívida pública. Desde 2005 os gastos públicos aceleraram sua taxa de crescimento. Os investimentos aumentaram, mas em volume inferior ao desejado.
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Folha de S.Paulo, 07/08/2007)